Energia geotérmica
Princípio do uso da energia geotérmica
Energia geotérmica ou energia geotermal é a energia obtida a partir do calor proveniente da Terra, mais precisamente do seu interior. Devido a necessidade de se obter energia elétrica de uma maneira mais limpa e em quantidades cada vez maiores, foi desenvolvido um modo de aproveitar esse calor para a geração de eletricidade. Hoje a grande parte da energia elétrica provém da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, métodos esses muito poluentes.
Para que possamos entender como é aproveitada a energia do calor da Terra devemos primeiramente entender como nosso planeta é constituído. A Terra é formada por grandes placas, que nos mantém isolados do seu interior, no qual encontramos o magma, que consiste basicamente em rochas derretidas.
Histórico
A primeira tentativa de gerar eletricidade de fontes geotérmicas se deu em 1904 em Larderello na região da Toscana, na Itália. Contudo, esforços para produzir uma máquina para aproveitar tais fontes foram mal sucedidos pois as máquinas utilizadas sofreram destruição devido a presença de substâncias químicas contidas no vapor. Já em 1913, uma estação de 250 kW foi produzida com sucesso e por volta da Segunda Guerra Mundial 100 MW estavam sendo produzidos, mas a usina foi destruída na Guerra.
Por volta de 1970, um campo de gêiseres na Califórnia estava produzindo 500 MW de eletricidade. A exploração desse campo foi dramática, pois em 1960 somente 12 MW eram produzidos e em 1963 somente 25 MW. México, Japão, Filipinas, Quénia e Islândia também têm expandido a produção de eletricidade por meio geotérmico.
Na Nova Zelândia o campo de gases de Wairakei, na Ilha do Norte, foi desenvolvido por volta de 1950. Em 1964, 192 MW estavam sendo produzidos, mas hoje em dia este campo está acabando.
Portugal conta com uma central geotérmica em funcionamento na Ilha de São Miguel, Açores.
Fontes de energia geotérmica
Rocha seca quente
Quando não existem gêiseres, e as condições são favoráveis, é possível "estimular" o aquecimento d'água usando o calor do interior da Terra. Um experimento realizado em Los Alamos, Califórnia[1], provou a possibilidade de execução deste tipo de usina. Em terreno propício, foram perfurados dois poços vizinhos, distantes 35 metros lateralmente e 360 metros verticalmente, de modo que eles alcancem uma camada de rocha quente. Em um dos poços é injetada água, ela se aquece na rocha e é expelida pelo outro poço, onde há uma usina geotérmica instalada. O experimento de Los Alamos é apenas um projeto piloto e não gera energia para uso comercial. A previsão de duração desse campo geotérmico é de dez anos.
Rocha úmida quente
Também é possível perfurar um poço para que ele alcance uma "caldeira" naturalmente formada — um depósito de água aquecido pelo calor terrestre. A partir daí, energia elétrica é gerada como em todos os outros casos.
Vapor seco
Em casos raríssimos pode ser encontrado o que os cientistas chamam de fonte de "vapor seco", em que a pressão é alta o suficiente para movimentar as turbinas da usina com excepcional força, sendo assim uma fonte eficiente na geração de eletricidade. São encontradas fontes de vapor seco em Larderello, na Itália e em Cerro Prieto, no México.
Vantagens e desvantagens
Gêiser energia proveniente da Terra
Aproximadamente todos os fluxos de água geotérmicos contém gases dissolvidos, sendo que estes gases são enviados a usina de geração de energia junto com o vapor de água. De um jeito ou de outro estes gases acabam indo para a atmosfera. A descarga de ambos vapor de água e CO2 não são de séria significância na escala apropriada das usinas geotérmicas.
Por outro lado, o odor desagradável, a natureza corrosiva, e as propriedades nocivas do ácido sulfídrico (H2S) são causas que preocupam. Nos casos onde a concentração de ácido sulfídrico (H2S) é relativamente baixa, o cheiro do gás causa náuseas. Em concentrações mais altas pode causar sérios problemas de saúde e até a morte por asfixia.
É igualmente importante que haja tratamento adequado a água vinda do interior da Terra, que invariavelmente contém minérios prejudiciais a saúde. Não deve ocorrer simplesmente seu despejo em rios locais, para que isso não prejudique a fauna local.
Quando uma grande quantidade de fluido aquoso é retirada da Terra, sempre há a chance de ocorrer subsidência na superfície. O mais drástico exemplo de um problema desse tipo numa usina geotérmica está em Wairakei, Nova Zelândia[2] O nível do superfície afundou 14 metros entre 1950 e 1997 e está deformando a uma taxa de 0,22 metro por ano, após alcançar uma taxa de 0,48 metros por ano em meados dos anos 70. Acredita-se que o problema pode ser atenuado com re-injeção de água no local.
Há ainda o inconveniente da poluição sonora que afligiria toda a população vizinha ao local de instalação da usina, pois, para a perfuração do poço é necessário o uso de maquinário semelhante ao usado na perfuração de poços de petróleo.
A Energia Geotérmica
A energia geotérmica existe desde que o nosso planeta foi criado. Geo significa terra e térmica significa calor, por isso, geotérmica é a energia calorífica que vem da terra.
Alguma vez partiste ao meio um ovo cozido sem lhe tirar a casca? O ovo é como a terra por dentro. A gema amarela é semelhante ao centro da terra, a parte branca corresponde ao manto da terra e a pequena casca protectora assemelha-se á crosta terrestre.
Abaixo da crosta terrestre, ou seja, a camada superior do manto é constituída por uma rocha líquida, o magma (encontra-se a altas temperaturas). A crosta terrestre flutua nesse magma.
Por vezes, o magma quebra a crosta terrestre chegando á superfície, a este fenómeno natural chama-se vulcão e o magma passa a designar-se lava. Em cada 100 metros de profundidade a temperatura aumenta 3º Celsius.
A água contida nos reservatórios subterrâneos pode aquecer ou mesmo ferver quando contacta a rocha quente. A água pode mesmo atingir 148º Celsius.Existem locais, as furnas, onde a água quente sobe até á superfície terrestre em pequenos lagos. A água é utilizada para aquecer prédios, casas ou piscinas no Inverno, e até para produzir electricidade. Em Portugal existem furnas nos Açores.
Em alguns locais do planeta, existe tanto vapor e água quente que é possível produzir energia eléctrica. Abrem-se buracos fundos no chão até chegar aos reservatórios de água e vapor, estes são drenados até á superfície por meio de tubos e canos apropriados.
Através destes tubos a o vapor é conduzido até á central eléctrica geotérmica. Tal como numa central eléctrica normal, o vapor faz girar as lâminas da turbina como uma ventoinha. A energia mecânica da turbina é transformada em energia eléctrica através do gerador. A diferença destas centrais eléctricas é que não é necessário queimar um combustível para produzir electricidade.
Após passar pela turbina o vapor é conduzido para um tanque onde vai ser arrefecido. O fumo branco que se vê na figura é o vapor a transformar-se novamente em água no processo de arrefecimento. A água é de novo canalizada para o reservatório onde será naturalmente aquecida pelas rochas quentes.
Na Califórnia existem 14 locais onde se pode produzir electricidade a partir da energia geotérmica. Alguns deles ainda não são explorados porque os reservatórios subterrâneos de água são pequenos e estão muito isolados ou a temperatura da água não é suficientemente quente. A energia eléctrica gerada por este sistema na Califórnia é suficiente para abastecer 2 milhões de casas.
Revisão da matéria dada
1. O interior da terra é constituído por um núcleo de material fundido, um manto líquido e uma crosta terrestre, assemelhando-se a um ovo cozido.
2. A camada exterior do manto é constituída por magma.
3. Em algumas zonas, a água em contacto com as rochas quentes aquece tanto que pode transformar-se em vapor.
4. Esta água quente ou vapor é usada para aquecer casas, piscinas ou produzir electricidade.
Energia Geotérmica
O que é Energia Geotérmica?
Podemos definir energia geotérmica como o calor proveniente da Terra, mais precisamente do seu interior. Ela existe desde que o nosso planeta foi criado.
Abaixo da crosta terrestre, existe um manto composto por rochas líquidas a altas temperaturas, o magma. Nestas zonas, os depósitos ou correntes de água são esquentados pelo magma até temperaturas às vezes superior a 140 ºC. Quando a água ou vapor emergem através de fissuras na crosta, aparecem os gêiseres, as fumarolas e as fontes termais.
Este incrível recurso equivale a 50.000 vezes a energia que se obtém de todos os recursos de gás e petróleo do mundo.
Energia Geotérmica
Aspectos Positivos e Negativos
Todas as formas de geração de energia elétrica apresentam algum tipo de impacto ambiental. Abaixo, são apresentadas os principais benefícios e as desvantagens das usinas geotérmicas.
ASPECTOS
Positivos Negativos
· Umas das mais benignas fontes de energia. · Mais barata que os combustíveis fósseis. · A emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula. · Produz energia independente de variações como chuvas, níveis de rios, etc. · A área requerida para a instalação da usina é pequena. · Estimula os negócios regionais. · Pode abastecer comunidades isoladas. · Baixo custo de operação, devido ao baixo custo do combustível. · Geração de empregos (mão-de-obra barata e especializada). · É uma energia muito cara e pouco rentável. · Pode causar deterioração ao ambiente, ainda que a reinjeção de água seja feita. · Pode levar o campo geotérmica ao esgotamento. · A energia deve ser posta em uso no campo geotérmico ou próximo dele. · O calor perdido aumenta a temperatura do ambiente. · Emissão de H2S (ácido sulfídrico) com odor desagradável, corrosivo e nocivo à saúde. · Altos custos para reconhecimento e pesquisa do local.
Energia Geotérmica
Situação Nacional
Um importante acervo de dados e informações técnicas sobre o potencial e a possibilidade do uso da energia geotérmica no Brasil encontram-se disponíveis nos Anais do Simpósio Brasileiro sobre Técnicas Exploratórias Aplicadas à Geologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Geologia em Salvador - Bahia, no ano de 1984. Nesse Simpósio, foram discutidos vários aspectos relacionados aos sistemas de baixa, média e alta entalpia, e a necessidade de se desenvolver um programa de pesquisa de âmbito nacional, visando obter uma idéia mais precisa sobre os recursos e sobre a potencialidade do território brasileiro em energia geotérmica.
Origem
A água contida nos reservatórios subterrâneos pode aquecer ou mesmo ferver quando em contato com o magma. Existem locais onde a água quente sobe até a superfície terrestre, formando pequenos lagos. A água é utilizada para aquecer prédios, casas, piscinas no inverno, e até para produzir eletricidade. Em alguns lugares do planeta, existe tanto vapor e água quente que é possível produzir energia elétrica. A temperatura da água quente pode ser maior que 2000 C.
Abrem-se buracos fundos no chão até chegar aos reservatórios de água e vapor, estes são drenados até a superfície por meio de tubos e canos apropriados. Através desses tubos o vapor é conduzido até a central elétrica geotérmica. Tal como uma central elétrica normal, o vapor faz girar as lâminas da turbina como uma ventoinha. A energia mecânica da turbina é transformada em energia elétrica através de um gerador. A diferença dessas centrais elétricas é que não é necessário queimar um combustível para produzir eletricidade. Após passar pela turbina, o vapor é conduzido para um tanque onde será resfriado. A água que se forma será novamente canalizada para o reservatório onde será naturalmente aquecida pelas rochas quentes.
Geotermia e Meio Ambiente
Devido a natureza, a energia geotérmica é uma das mais benignas fontes de eletricidade. Essa energia é de obtenção mais barata que os combustíveis fósseis ou usinas nucleares. A emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula.
Trata-se de uma fonte de energia não-renovável, porque o fluxo de calor do centro da Terra é muito pequeno comparado com a taxa de extração requerida, o que pode levar o campo geotérmico ao esgotamento. O tempo de vida do campo é de décadas, porém a recuperação pode levar séculos. Campos geotérmicos podem ser extensos e podem prover trabalho fixo por muitos anos.
Nos últimos trinta anos, a ciência da geofísica avançou rapidamente e o conhecimento da estrutura do planeta tem crescido consideravelmente. A teoria das placas tectônicas permitiu uma compreensão do porquê que certas regiões têm maior atividade vulcânica e sísmica do que outras. Embora as minas mais profundas estão só a alguns quilômetros de profundidade e os buracos são geralmente perfurados à profundidade de até 10 km, técnicas sismológicas junto com evidências indiretas permitiram um conhecimento maior da forma da estrutura da terra.
Os gradientes de temperatura variam amplamente em cima da superfície da terra. Isto é o resultado do derretimento local devido a pressão e fricção e aos movimentos de placas vizinhas uma contra a outra. Sendo assim, um fluxo de magma debaixo pode acontecer. A localização das placas vizinhas também correspondem a regiões onde atividades vulcânicas são encontradas.
O calor medido perto da superfície surge do magma mas outros fatores também podem afetar o fluxo de calor e gradiente térmico. Em alguns casos, convecção de fonte de água natural perturba o padrão de fluxo de calor e em outros casos é pensado que o lançamento de gases quentes de pedra funda pode aumentar o fluxo.
Outro mecanismo importante é geração de calor de isótopos radioativos de elementos tal como urânio, tório e potássio. Este mecanismo não é completamente compreendido, mas certas áreas da crosta sofreram derretimento sucessivo e recristalização com o tempo e isso conduziu à concentração destes elementos a certos níveis da crosta. Em uma menor extensão, reações químicas exotérmicas também podem contribuir para o aquecimento local.
Áreas classificadas como hipertérmicas exibem gradientes muito altos (muitas vezes tão grande quanto as áreas não térmicas) e estão normalmente perto das placas vizinhas. Áreas semi-térmicas com gradientes de 40-70 C/km podem ter anomalias na grossura da crosta em caso contrário regiões estáveis ou devido a efeitos locais como radioatividade.
Em áreas de dobramentos modernos, onde há vulcões, como na Rússia e Itália, bombeia-se água da superfície para as profundidades do subsolo em que existam câmaras magmáticas (de onde sai as lavas). Nestas câmaras a temperatura é muito alta e por isto a água transforma-se em vapor, que retorna à superfície por pressão através de tubulações, acionando turbinas em usinas geotérmicas situadas na superfície terrestre. Em regiões onde há geiseres (vapor d'água sob pressão proveniente de camadas profundas da crosta terrestre, através de fissuras da mesma, explodindo periodicamente na superfície terrestre), como na Islândia, aproveita-se este vapor d'água para calefação doméstica.
A cada 32 metros de profundidade da crosta terrestre a temperatura aumenta cerca de 1°C: é o grau geotérmico. Este aumento de temperatura pode ser usado para a construção de usinas geotérmicas, como já foi executado experimentalmente por cientistas norte-americanos do Laboratório Nacional de Los Alamos. Como todos os recursos naturais não-renováveis, a energia geotérmica também deve ser utilizada racionalmente.
Impactos e Problemas
A energia geotérmica é restrita, não sendo encontrada em todos os lugares, o que dificulta a implatação de projetos em determinadas localidades.
Por causa dos altos índices de desperdícios que ocorrem quando o fluído geotérmico é transmitido a longas distâncias através de dutos, a energia deve ser posta em uso no campo geotérmico ou próximo deste . Dessa maneira o impacto ambiental é sentido somente nos arredores da fonte de energia.
Geralmente os fluxos geotérmicos contém gases dissolvidos, e esses gases são liberados para a atmosfera, junto com o vapor de água. Na maioria são gases sulfurosos (H2S), com odor desagradável, corrosivos e com propriedades nocivas à saúde humana.
Há a possibilidade de contaminação da água nas proximidades de uma usina geotérmica, devido a natureza mineralizada dos fluidos geotérmicos e à exigência de disposição de fluidos gastos. A descarga livre dos resíduos líquidos para a superfiície pode resultar na contaminação de rios, lagos.
Quando uma grande quantidade de fluido é retirada da terra, sempre há a chance de ocorrer um abalo, e nesses lugares deve ser injetado água para não ocorrer o aluimento da terra.
Os testes de perfuração das fontes são operações barulhentas, geralmente as áreas geotérmicas são distante das áreas urbanas. O calor perdido das usinas geotérmicas é maior que de outras usinas, o que leva a um aumento da temperatura do ambiente próximo à usina.
Perspectivas Futuras
A energia geotérmica é uma fonte de energia alternativa que é encontrada em locais especiais da superfície terrestre, que necessita de muita pesquisa para melhor ser aproveitada, pois o rendimento que se consegue é ainda muito baixo. O alto custo das construções das usinas, da perfuração, e os possíveis impactos inviabilizam ainda muitos projetos.
Curiosidades:
A primeira usina de eletricidade baseada em energia geotérmica foi a de Laderello na Itália, construída em 1913, acionando um gerador de 250Kw tendo sido posteriormente ampliada passando a gerar 400Mw elétricos. Nesta usina a energia geotérmica é captada de uma profundidade de 1000 pés (987,5m), e o vapor gerado se encontra a uma temperatura de 240oC.
A energia do mar
Os oceanos podem ser uma fonte de energia para iluminar as nossas casas e empresas. Neste momento, o aproveitamento da energia dos mar é apenas experimental e raro.Mas como é que se obtém energia a partir dos mares?Existem três maneiras de produzir energia usando o mar: as ondas, as marés ou deslocamento das águas e as diferenças de temperatura dos oceanos.
A energia das ondas
A energia cinética do movimento ondular pode ser usada para pôr uma turbina a funcionar.
No exemplo da figura, a elevação da onda numa câmara de ar provoca a saída do ar lá contido; o movimento do ar pode fazer girar uma turbina. A energia mecânica da turbina é transformada em energia eléctrica através do gerador.
Quando a onda se desfaz e a água recua o ar desloca-se em sentido contrário passando novamente pela turbina entrando na câmara por comportas especiais normalmente fechadas.
Esta é apenas uma das maneiras de retirar energia da ondas. Actualmente, utiliza-se o movimento de subida/descida do onda para dar potência a um êmbolo que se move para cima e para baixo num cilindro. O êmbolo pode por um gerador a funcionar.
Os sistemas para retirar energia das ondas são muito pequenos e apenas suficientes para iluminar uma casa ou algumas bóias de aviso por vezes colocadas no mar.
A energia das marés
A energia da deslocação das águas do mar é outra fonte de energia. Para a transformar são construídos diques que envolvem uma praia. Quando a maré enche a água entra e fica armazenada no dique; ao baixar a maré, a água sai pelo dique como em qualquer outra barragem.
Para que este sistema funcione bem são necessárias marés e correntes fortes. Tem que haver um aumento do nível da água de pelo menos 5,5 metros da maré baixa para a maré alta. Existem poucos sítios no mundo onde se verifique tamanha mudança nas marés.
A energia térmica dos oceanos
O último tipo de energia oceânica usa as diferenças de temperatura do mar. Se alguma vez mergulhares no oceano notarás que a água se torna mais fria quanto mais profundo for o mergulho. A água do mar é mais quente á superfície porque está exposta aos raios solares; é por isso que os mergulhadores vestem fatos próprios para mergulhar em zonas profundas. Os fatos colam-se ao corpo mantendo-o quente.
Pode-se usar as diferenças de temperatura para produzir energia, no entanto, são necessárias diferenças de 38º Fahrenheit entre a superfície e o fundo do oceano. Esta fonte de energia está a ser usada no Japão e no Hawai, mas apenas como demonstração e experiência.
Revisão da matéria dada
1- A energia do mar pode ser usada de três maneiras.
2- A energia retirada do movimento das ondas aproveita a sua subida/descida para accionar uma turbina e o gerador.
3- A energia das correntes marítimas transforma-se em electricidade através da construção de diques e reservatórios. Quando a maré baixa a água sai do reservatório passando pela turbina tal como numa barragem comum.
4- Também são usados as diferenças de temperatura entre a superfície e o fundo do oceano para produzir electricidade.
Energia das marés, maior projeto do mundo
A empresa Marine Current Turbines localizada em Bristol, Reino Unido, pretende instalar o maior projeto de aproveitamento de energia de corrente marítima até o final do ano. Serão duas turbinas submersas em Strangford Lough (google maps), na costa nordeste da Irlanda. Espera-se gerar uma potência de 1.2 megawatts de energia, o suficiente para abastecer até 1.000 casas.
Cada lâmina pussui de 15 a 20 metros transversalmente e é montada sob um pilar central de 3 metros de largura. A força das marés é capaz de girar as lâminas a uma velocidade média de 10 a 20 rotações por minuto. Um dia desses estava conversando com o amigo Dilnei sobre esse tipo de aproveitamento de energia através do mar e ele me questionou que se aplicadas talvez pudessem prejudicar as próprias praias e até as ondas para os surfistas. Segundo as informações divulgadas, essa velocidade de rotação é bastante baixa e não afetaria a vida marinha ou regiões costeiras.
O projeto é considerado experimental e se obtiver sucesso pretende-se instalar fazendas de energia marítima com 10 a 20 pares de turbinas. Resta-nos esperar os resultados a fim de atestar esta pode ser uma boa opção para geração de energia limpa.
Energia das marés
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Energia das marés é obtida do aproveitamento das ondas, das marés ou deslocamento das águas e as diferenças de temperatura dos oceanos para a produção de energia.
A energia do mar
Os oceanos podem ser uma fonte de energia para iluminar as nossas casas e empresas. Neste momento, o aproveitamento da energia dos mar é apenas experimental e raro. Mas como é que se obtém energia a partir dos mares? Existem três maneiras de produzir energia usando o mar: as ondas, as marés ou deslocamento das águas e as diferenças de temperatura dos oceanos.
A energia das ondas
A energia cinética do movimento ondular pode ser usada para pôr uma turbina a funcionar.
No exemplo da figura, a elevação da onda numa câmara de ar provoca a saída do ar lá contido; o movimento do ar pode fazer girar uma turbina. A energia mecânica da turbina é transformada em energia eléctrica através do gerador.
Quando a onda se desfaz e a água recua o ar desloca-se em sentido contrário passando novamente pela turbina entrando na câmara por comportas especiais normalmente fechadas.
Esta é apenas uma das maneiras de retirar energia da ondas. Actualmente, utiliza-se o movimento de subida/descida do onda para dar potência a um êmbolo que se move para cima e para baixo num cilindro. O êmbolo pode por um gerador a funcionar.
Os sistemas para retirar energia das ondas são muito pequenos e apenas suficientes para iluminar uma casa ou algumas bóias de aviso por vezes colocadas no mar.
A energia das marés
A energia da deslocação das águas do mar é outra fonte de energia. Para a transformar são construídos diques que envolvem uma praia. Quando a maré enche a água entra e fica armazenada no dique; ao baixar a maré, a água sai pelo dique como em qualquer outra barragem.
Para que este sistema funcione bem são necessárias marés e correntes fortes. Tem que haver um aumento do nível da água de pelo menos 5,5 metros da maré baixa para a maré alta. Existem poucos sítios no mundo onde se verifique tamanha mudança nas marés.
A energia térmica dos oceanos
O último tipo de energia oceânica usa as diferenças de temperatura do mar. Se alguma vez mergulhares no oceano notarás que a água se torna mais fria quanto mais profundo for o mergulho. A água do mar é mais quente á superfície porque está exposta aos raios solares; é por isso que os mergulhadores vestem fatos próprios para mergulhar em zonas profundas. Os fatos colam-se ao corpo mantendo-o quente.
Pode-se usar as diferenças de temperatura para produzir energia, no entanto, são necessárias diferenças de 38º Fahrenheit entre a superfície e o fundo do oceano. Esta fonte de energia está a ser usada no Japão e no Hawai, mas apenas como demonstração e experiência.
A indomável energia das marés
As ondas, as marés e o calor dos oceanos abrigam reservas energéticas inesgotáveis. O difícil é domesticar essa força selvagem para convertê-la de modo eficiente em eletricidade.
As ondas, as marés e o calor dos oceanos abrigam reservas energéticas inesgotáveis. O difícil é domesticar essa força selvagem para convertê-la de modo eficiente em eletricidade.
As gigantescas massas de água que cobrem dois terços do planeta constituem o maior coletor de energia solar imaginável. Os raios solares não apenas aquecem a água da superfície, como também põem em movimento a maquinaria dos ventos que produz as ondas. Finalmente, as marés, originadas pela atração lunar, que a cada 12 horas e 25 minutos varrem os litorais, também representam uma tentadora fonte energética. Em conjunto, a temperatura dos oceanos, as ondas e as marés poderiam proporcionar muito mais energia do que a humanidade seria capaz de gastar - hoje ou no futuro, mesmo considerando que o consumo global simplesmente dobra de dez em dez anos.
O problema está em como aproveitar essas inesgotáveis reservas. É um desafio à altura do prêmio, algo comparável ao aproveitamento das fabulosas possibilidades da fusão nuclear. Apesar das experiências que se sucederam desde os anos 60, não se desenvolveu ainda uma tecnologia eficaz para a exploração comercial em grande escala desses tesouros marinhos, como aconteceu com as usinas hidrelétricas, alimentadas pelas águas represadas dos rios, que fornecem atualmente 10 por cento da eletricidade consumida no - mundo (no Brasil, 94 por cento).
A idéia de extrair a energia acumulada nos oceanos, utilizando a diferença da maré alta e da maré baixa, até que não é nova. Já no século XII havia na Europa moinhos submarinos, que eram instalados na entrada de estreitas baías o fluxo e o refluxo das águas moviam as pedras de moer. Mas os pioneiros da exploração moderna das marés foram os habitantes de Husum, pequena ilha alemã no mar do Norte. Ali, por volta de 1915, os tanques para o cultivo de ostras estavam ligados ao mar por um canal, onde turbinas moviam um minigerador elétrico durante a passagem da água das marés; a eletricidade assim produzida era suficiente para iluminar o povoado. Muito mais tarde, em 1967, os franceses construíram a primeira central mareomotriz (ou maré motriz, ou maré - elétrica; ainda não existe um termo oficial em português), ligada à rede nacional de transmissão. Uma barragem de 750 metros de comprimento, equipada com 24 turbinas, fecha a foz do rio Rance, na Bretanha, noroeste da França. Com a potência de 240 megawatts (MW), ou 240 mil quilowatts (kW), suficiente para a demanda de uma cidade com 200 mil habitantes, a usina de Rance é a única no mundo a produzir, com lucro, eletricidade em quantidade industrial a partir das marés.
O exemplo francês estimulou os soviéticos em 1968 a instalar perto de Murmansk, no mar de Barents, Círculo Polar Ártico, uma usina piloto de 20 MW, que serviria de teste para um projeto colossal, capaz de gerar 100 mil MW, ou oito vezes mais que ltaipu. A usina exigiria a construção de um gigantesco dique de mais de 100 quilômetros de comprimento. Mas a idéia foi arquivada quando se verificou que seria economicamente inviável. O desenvolvimento de um novo tipo de turbina, chamada Straflo (do inglês, straight flow, fluxo direto), permitiu reduzir em um terço os custos de uma usina mareomotriz.
Os canadenses foram os primeiros a empregá-la. Em 1984, acionaram uma usina experimental de 20 MW, instalada na baía de Fundy (na fronteira com os Estados Unidos, na costa Leste), onde o desnível de 20 metros entre as marés é o maior do mundo (na usina de Rance, por exemplo, a diferença é de 13,5 metros). Se os testes forem satisfatórios, até o final do século poderá ser construída na baía de Fundy uma usina mareomotriz de 5 500 MW. No Brasil, que não prima por marés de grande desnível, existem três lugares adequados à construção dessas usinas, relaciona o professor Reyner Rizzo, do Departamento de Oceanografia Física da Universidade de São Paulo: na foz do rio Mearim, no Maranhão, na foz do Tocantins, no Pará, e na foz da margem esquerda do Amazonas, no Amapá. "O impacto ambiental seria mínimo", explica Rizzo, "pois a água represada pela barragem não inundaria terras novas, apenas aquelas que a própria maré já cobre."
Mais surpreendentes ainda são as especulações sobre o aproveitamento energético do movimento das ondas: em teoria, se fosse possível equipar os litorais do planeta com conversores energéticos, as centrais elétricas existentes poderiam ser desativadas.
Basta pensar que uma onda de 3 metros de altura contém pelo menos 25 kW de energia por metro de frente. O difícil, talvez impossível, é transformar eficientemente toda essa energia em eletricidade os dispositivos desenhados até hoje são em geral de baixo rendimento. E não é por falta de idéias desde 1890, somente na Inglaterra foram concedidas mais de 350 patentes a dispositivos para aquela finalidade.
A maioria usa o mesmo princípio: a onda pressiona um corpo oco, comprimindo o ar ou um líquido que move uma turbina ligada a um gerador. Com esse processo, a central experimental de Kaimei, uma balsa de 80 por 12 metros, equipada com turbinas verticais, funciona desde 1979 em frente da costa japonesa, produzindo 2 MW de potência. Na Noruega, cujo litoral é constantemente fustigado por poderosas ondas, foi construída em 1985 uma minicentral numa ilha perto da cidade de Bergen, na costa Oeste. Ao contrário do sistema japonês, o equipamento não flutua no mar, mas está encravado numa escarpa. Produz 0,5 MW, o suficiente para abastecer uma vila de cinqüenta casas. A instalação consiste em um cilindro de concreto, disposto verticalmente num nicho aberto com explosivos na rocha. A extremidade inferior, submersa, recebe o impacto das ondas, que comprimem o ar coluna acima no cilindro. O ar, sob pressão, movimenta a turbina, antes de escapar pela extremidade superior. O movimento rítmico das ondas assegura que a turbina gere eletricidade sem parar. Mas o projeto mais original é, sem dúvida, o do engenheiro Stephen Salter, da Universidade de Edimburgo, na Escócia. Modelos reduzidos dele já foram testados no lago Ness aquele mesmo do suposto monstro.
O sistema chama-se "pato de Salter" (Salter's cam, em inglês, eixo excêntrico de Salter; o nome em português vem do fato de o equipamento imitar o movimento das nadadeiras de um pato). Consiste numa série de flutuadores, semelhantes ao flap dos aviões, ligados a um eixo paralelo à praia. A parte mais bojuda dos "patos", enfrenta as ondas, cujo movimento rítmico faz bater os flutuadores, girando o eixo que aciona a turbina como um pedal de bicicleta, que só transmite o movimento numa direção. O rendimento desse sistema promete ser excelente, pois parece capaz de aproveitar 80 por cento da energia das ondas. É esperar para ver. Quando os preços do petróleo dispararam na década de 70, os americanos chegaram a imaginar que outro sistema, as centrais térmicas marinhas, oferecesse a saída para a crise energética que ameaçava frear a economia mundial.
O pioneiro dessa técnica tinha sido um inventor solitário e voluntarioso, o francês Georges Claude, que na década de 30 investiu toda a sua considerável fortuna na construção de uma dessas usinas nas costas brasileiras. Ele aportou em outubro de 1934 no Rio de Janeiro, a bordo do cargueiro La Tunisie, onde recebeu as boas - vindas e os votos de boa sorte de ninguém menos que o presidente Getúlio Vargas. Claude, então com 64 anos de idade, enriquecera com a invenção, em 1910, do tubo de gás neon para iluminação, mas considerava um desafio ainda maior a busca de novas fontes de energia. Ele demonstrara que uma diferença de 18 graus entre a temperatura das águas aquecidas da superfície e as mais frias da profundidade do oceano era suficiente para movimentar um sistema fechado no qual a amônia, ou a água, num ambiente de vácuo parcial, se evapora, movendo uma turbina que gera eletricidade, e volta a se condensar, para tornar a evaporar, movimentando novamente a turbina e assim por diante. Com obstinação e muito dinheiro , Claude construíra uma usina experimental na baía de Matanzas, em Cuba. Se o princípio do sistema tinha uma aparência simples, a sua execução foi extremamente trabalhosa.
Um tubo precisava trazer a água da superfície do mar para a usina na beira da praia; um segundo e enorme tubo, de 1 metro de diâmetro e quase 1 quilômetro de comprimento, sugaria a água do fundo do mar para a unidade de refrigeração. Claude chegou a montar uma via férrea de 2 quilômetros em direção ao mar para fazer mergulhar o tubo. Na terceira tentativa, no dia 7 de setembro de 1930, os cubanos viram finalmente chegar a água à usina, na temperatura de 11 graus, e a eletricidade começar a ser produzida. Claude instalou depois uma nova usina a bordo de um navio cargueiro.
Em alto-mar, raciocinava o inventor, não enfrentaria o problema de trazer o tubo à praia ele desceria verticalmente do próprio casco do navio. Com essa tarefa, o La Tunisie chegou ao Rio de Janeiro. Depois de quatro meses de preparativos, começou a delicada operação de descer os 800 metros de tubo. Mas o movimento das ondas impediu a soldagem perfeita de uma das 112 seções e o projeto acabou indo água abaixo. Georges Claude morreu arruinado em 1960, sem realizar seu sonho. A técnica porém sobreviveu, conhecida pela sigla ETM (energia térmica dos mares), ou OTEC em inglês (ocean thermic energy conversion, conversão da energia térmica dos oceanos).
O governo francês voltaria a utilizá-la em 1948, com a construção de uma usina experimental ao largo de Abidjan, na Costa do Marfim, África Ocidental. O projeto mais ambicioso até agora foi o da companhia americana Lockheed, no início dos anos 70, abandonado afinal por razões econômicas. Seria uma gigantesca central dotada dos recursos tecnológicos de que Claude não dispunha em sua época: do tamanho de um superpetroleiro de 300 mil toneladas, flutuaria no mar como um iceberg, no qual apenas a torre de acesso, de 16 metros, estaria acima da superfície.
Da parte inferior da estrutura submersa penderiam os tubos com 500 a 700 metros de comprimento para sugar a água fria; pela parte superior, entraria a água aquecida da superfície um líquido operante de baixo ponto de ebulição (que vira vapor em temperaturas relativamente baixas), como o amoníaco, o freon ou o propano, impulsionaria as turbinas. Ainda que o rendimento final fosse irrisório, pois 97 por cento da energia produzida era consumido no próprio processo de bombear a água de tamanha profundidade, os quatro geradores previstos no projeto proporcionariam uma potência de 60 MW. Com os preços do petróleo nas nuvens, a operação então se justificava. Mas quando as cotações desabaram, esse e outros projetos de conversão de energia térmica dos oceanos foram arquivados. Resta aguardar a próxima crise energética para saber se a humanidade tentará novamente aproveitar a imensa generosidade dos mares, com outras tecnologias cada vez mais avançadas, ou se permanecerão os oceanos para sempre indomáveis.
Boxes da reportagem
Ondas de vento
Todo surfista sonha com a onda perfeita, aquela que vem quebrando progressivamente, de uma extremidade a outra, permitindo as mais ousadas evoluções sobre a prancha. Como os célebres "tubos" de Jeffrey's Bay, na África do Sul, onde é possível ficar até dois minutos descendo a mesma onda. Perfeitas, ou imperfeitas, as ondas se formam a partir da ação dos ventos sobre a superfície do mar. Existe uma correlação bem definida entre a velocidade do vento e o tamanho das ondas. Tanto que a escala Beaufort, que mede a intensidade dos ventos, baseia-se na observação do aspecto da superfície marinha.
Uma vez formadas, as ondas viajam pelo alto - mar até encontrar as águas comparativamente mais rasas, próximas à terra. Nesse encontro, a base das ondas começa a sofrer certa resistência. Isso faz aumentar sua altura. À medida que o fundo se torna mais raso, a crista da onda, que não está sujeita a essa resistência, tende a prosseguir com maior velocidade. E a onda quebra. Se o fundo do mar é rochoso, como no Havaí, as ondas alcançam grande altura; já na areia, a energia é absorvida, do que resultam ondas menores.
Energia Nuclear
Introdução
Este trabalho vai falar sobre a energia nuclear, as conseqüências do uso dessa energia, propriedades dessa energia que é altamente perigosa e deve ser trabalhada com muito cuidado. Irá também abordar assuntos sobre grandes catástrofes atômicas e etc.
O que é Energia Nuclear
Energia nuclear, energia liberada durante a fissão ou fusão dos núcleos atômicos. As quantidades de energia que podem ser obtidas mediante processos nucleares superam em muitas as que se pode obter mediante processos químicos, que só utilizam as regiões externas do átomo.
Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de através de reações nucleares, emitirem energia durante o processo. Baseia-se no princípio que nas reações nucleares ocorre uma transformação de massa em energia. A reação nuclear é a modificação da composição do núcleo atômico de um elemento podendo transformar-se em outros elementos. Esse processo ocorre espontaneamente em alguns elementos; em outros se deve provocar a reação mediante técnicas de bombardeamento de nêutrons ou outras.
Existem duas formas de aproveitar a energia nuclear para convertê-la em calor: A fissão nuclear, onde o núcleo atômico se subdivide em duas ou mais fusão nuclear, na qual ao menos dois núcleos atômicos se unem para produzir um novo núcleo.
A principal vantagem da energia nuclear obtida por fissão é a não utilização de combustíveis fósseis, não lançando na atmosfera gases tóxicos, e não sendo responsável pelo aumento do efeito estufa.
.Utilização da Energia Nuclear
Servem na utilização de bombas nucleares, pode substituir fontes de energia e também substituir alguns combustíveis.
A utilização da energia nuclear vem crescendo a cada dia. A energia nuclear é uma das alternativas menos poluentes, permite adquirir muita energia em um espaço pequeno e instalações de usinas perto dos centros consumidores, reduzindo o custo de distribuição de energia.
A energia nuclear torna-se mais uma opção para atender com eficácia à demanda energética no mundo moderno.
A fissão nuclear do urânio é a principal aplicação civil da energia nuclear. É usada em centenas de centrais nucleares em todo o mundo, principalmente em países como a França, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Espanha, China, Rússia, Coréia do Norte, Paquistão Índia, entre outros.
Países e Locais que utilizam Energia Nuclear
Países europeus são os que mais utilizam energia nuclear. Levando-se em consideração a produção total de energia elétrica no mundo, a participação da energia nuclear saltou de 0,1% para 17% em 30 anos, fazendo-a aproximar-se da porcentagem produzida pelas hidrelétricas. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no final de 1998 havia 434 usinas nucleares em 32 países e 36 unidades sendo construídas em 15 países. A decisão de construir usinas depende em grande parte dos custos de produção da energia nuclear.
A fissão nuclear é a principal aplicação civil da energia nuclear. É usada em centenas de centrais nucleares em todo o mundo, principalmente em países como a França, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Espanha, China, Rússia, Coréia do Norte, Paquistão Índia, entre outros.
Como funciona uma usina nuclear
O funcionamento de uma usina nuclear é bastante parecido ao de uma usina térmica. A diferença é que ao invés de nós termos calor gerado pela queima de um combustível fóssil, como o carvão, o óleo ou gás, nas usinas nucleares o calor é gerado pelas transformações que se passam nos átomos de urânio nas cápsulas de combustível. O calor gerado no núcleo do reator aquece a água do circuito primário. Esta água circula pelos tubos de um equipamento chamado Gerador de Vapor. A água de um outro circuito em contato com os tubos do Gerador de Vapor se vaporiza a alta pressão, fazendo gerar um conjunto de turbinas que tem junto a seu gerador elétrico. O movimento do gerador elétrico produz a energia, entregue ao sistema para distribuição.
Elementos mais usados como fonte de energia
-Tório
As novas gerações de centrais nucleares utilizam o tório como fonte de combustível adicional para a produção de energia ou decompõe os resíduos nucleares em um novo ciclo denominado fissão assistida. Os defensores da utilização da energia nuclear como fonte energética consideram que estes processos são, atualmente, as únicas alternativas viáveis para suprir a crescente demanda mundial por energia ante a futura escassez dos combustíveis fósseis.
-Urânio
A principal finalidade comercial do urânio é a geração de energia elétrica. Quando transformado em metal, o urânio torna-se mais pesado que o chumbo, pouco menos duro que o aço e se incendeia com muita facilidade.
-Actínio
O Actínio é um metal prateado, altamente radioativo, com radioatividade 150 vezes maior do que o urânio. Usado em geradores termoelétricos.
Conseqüências da Energia Nuclear
A tecnologia nuclear é perigosa, já causou acidentes graves como o de Three Mile Island (EUA) e Chernobil (Ucrânia), com milhares de mortes e enfermidades decorrentes desses acidentes, além da perda de grandes áreas. A utilização desse tipo de tecnologia continua apresentando graves riscos para toda a humanidade. Reatores nucleares e instalações complementares geram grandes quantidades de lixo nuclear que precisam ficar sob vigilância por milhares de anos. Não se conhecem técnicas seguras de armazenamento do lixo nuclear gerado.
O horror nuclear em Hiroshima e Nagasaki marcou a primeira e única vez em que armas atômicas foram usadas deliberadamente contra seres humanos. Mais de 100 mil pessoas morreram nos ataques de 6 a 9 de Agosto de 1945 e outros milhares morreriam nos anos seguintes sofrendo de complicações causadas pela radiação.
Desastres Nucleares
-Chernobyl
No dia 26 de abril de 1986, um experimento mal conduzido, aliado a problemas estruturais da usina e outros fatores, causou a explosão do quarto reator de Chernobyl. Cerca de 31 pessoas morreram na explosão e durante o combate ao incêndio. Outras centenas faleceram depois, por causa da exposição aguda à radioatividade, num grau 400 vezes maior que o da bomba de Hiroshima.
-Bomba Nuclear
Uma bomba atômica é uma arma explosiva cuja energia deriva de uma reação nuclear e tem um poder destrutivo imenso uma única bomba é capaz de destruir uma cidade inteira. Bombas atômicas só foram usadas duas vezes em guerra, pelos Estados Unidos contra o Japão nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, elas já foram usadas centenas de vezes em testes nucleares por vários países.
-Usina Nuclear (E.UA)
A usina nuclear de Three Mile Island, na Pensilvânia, corre o risco de derretimento, o mais grave tipo de acidente nuclear. A ameaça provém de uma bolha de vapor existente dentro do reator, que pode aumentar de tamanho à medida que as pressões internas forem relaxadas, deixando o núcleo sem a água vital para seu resfriamento. Nuvens de partículas radioativas já escaparam do reator para a atmosfera, mas os técnicos em radioatividade afirmam que o risco de contaminação ainda é pequeno.
Energia nuclear no Brasil
A procura da tecnologia nuclear no Brasil começou na década de 50, com Almirante Álvaro Alberto, que entre outros feitos criou o Conselho Nacional de Pesquisa, em 1951, e que importou duas ultra-centrifugadoras da Alemanha para o enriquecimento do urânio, em 1953.
A decisão da implementação de uma usina nuclear no Brasil aconteceu em 1969. E que em nenhum momento se pensou numa fonte para substituir a energia hidráulica, da mesma maneira que também após alguns anos, ficou bem claro que os objetivos não eram simplesmente o domínio de uma nova tecnologia. O Brasil estava vivendo dentro de um regime de governo militar e o acesso ao conhecimento tecnológico no campo nuclear permitiria desenvolver não só submarinos nucleares mas também armas atômicas.
Em 1974,, as obras civis da Usina Nuclear de Angra 1 estavam em pleno andamento quando o Governo Federal decidiu ampliar o projeto, autorizando a empresa Furnas a construir a segunda usina.
Mais tarde, em 1975, com a justificativa de que o Brasil já mostrava falta de energia elétrica para meados dos anos 90 e início do século 21, uma vez que o potencial hidroelétrico já se apresentava quase que totalmente instalado, foi assinado na cidade alemã de Bonn o Acordo de Cooperação Nuclear, pelo qual o Brasil compraria oito usinas nucleares e possuiria toda a tecnologia necessária ao seu desenvolvimento nesse setor.
Desta maneira o Brasil dava um passo definitivo para o ingresso no clube de potências atômicas e estava assim decidido o futuro energético do Brasil, dando início à Era Nuclear Brasileira.
Conclusão
Concluímos que a energia nuclear pode ser usada para o bem da humanidade (produzindo energia, etc), porém pode causar várias guerras e catástrofes com o seu mau uso.
Também sabemos que o átomo tem suas propriedades variadas e produz energia que hoje em dia é usada nas usinas nucleares.
Países europeus são os que mais utilizam energia nuclear
Levando-se em consideração a produção total de energia elétrica no mundo, a participação da energia nuclear saltou de 0,1% para 17% em 30 anos, fazendo-a aproximar-se da porcentagem produzida pelas hidrelétricas. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no final de 1998 havia 434 usinas nucleares em 32 países e 36 unidades sendo construídas em 15 países.
Em termos relativos, a região que mais utiliza a nucleoeletricidade é a Europa Ocidental. Trinta por cento da energia elétrica é gerada por centrais nucleares, sendo esta a principal fonte de energia. A América do Norte fica com 17% e Extremo Oriente e Europa Oriental com 15%. Três países respondem por 60% do total mundial de capacidade instalada em usinas nucleares e em geração de nucleoeletricidade (Japão, França e EUA). Entre estes, destacam-se a França, com 80% de sua energia gerada por 56 reatores nucleares, e o Japão, com 30%.
Após alguns acidentes como o de Chernobyl (1986), diversos países diminuíram os investimentos em seus programas de produção de energia nuclear, em especial a Itália que desativou permanentemente os reatores e cancelou os projetos. Paralelamente, a indústria nuclear mundial passou a investir em segurança como forma de superar a decadência com a qual se deparou este setor na década de 80. Um dos pontos principais foi a automação para reduzir as possibilidades de falha humana.
Ainda assim, em setembro do ano passado o acidente na usina de Tokaimura (veja Ciência Hoje, número 156) demonstrou que o risco de acidentes é um fantasma que continua rondando esta alternativa de geração de energia.
Recentemente a Alemanha decidiu que não serão instalados novos reatores e que os reatores em funcionamento serão desativados após completada a sua vida útil (32 anos neste caso). A Turquia também abandonou o projeto de construir sua primeira usina nuclear. No sentido oposto, o Brasil logo após a inauguração de Angra 2 já discute o projeto de Angra 3.
Apesar da "crise" na indústria nuclear, os países com maior necessidade desse tipo de energia, como o Japão ou a França, que não têm outras alternativas, continuarão investindo neste setor.
Os países da Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) são os que concentram a maior capacidade instalada de usinas nucleares no mundo e são eles que continuarão liderando o crescimento da energia nuclear a nível mundial.
A decisão de construir usinas depende em grande parte dos custos de produção da energia nuclear...
Eficiência com custo elevado
Os custos de produção da energia elétrica são compostos de maneira diferente para cada país, pois dependem, entre outros, dos recursos naturais disponíveis em seu território. Com a crescente demanda de energia elétrica decorrente do modo de vida da sociedade moderna, mais de uma fonte de energia deveria ser estudada e aplicada, levando em conta os impactos ambientais e sociais a serem gerados a curto e longo prazos. Cada fonte apresenta vantagens e desvantagens (veja tabela). A energia nuclear é uma das mais eficientes, mas seu custo é elevado por causa dos sistemas de emergência, de contenção, de resíduo radioativo e de armazenamento.
Na composição de custos, a produção do combustível (urânio) é de grande importância.
Esquematicamente, o ciclo completo envolve as seguinte etapas:
1) Mineração: após a descoberta da jazida e feita sua avaliação econômica (prospecção e pesquisa), inicia-se a mineração e o beneficiamento. Na usina de beneficiamento, o urânio é extraído do minério, purificado e concentrado num sal de cor amarela, chamado "yellowcake". No Brasil, estas etapas são realizadas na Unidade de Lagoa Real (BA) das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), de produzir 300 ton/ano de concentrado de urânio. O teor e a dimensão de suas reservas são suficientes para o suprimento de Angra 1, 2 e 3 por 100 anos.
2) Conversão do yellowcake (óxido de urânio - U3O8) em hexafluoreto de urânio (UF6) sob estado gasoso, após ter sido dissolvido e purificado.
3) Enriquecimento Isotópico: tem por objetivo aumentar a concentração de urânio 235 (U-235) acima da natural de apenas 0,7% para 2 a 5%, servindo então como combustível nuclear. Esta etapa e a de conversão ainda não são realizadas no Brasil, mas na Europa por um consórcio chamado Urenco. A tecnologia de enriquecimento inclui um processo de centrifugação, onde entra o gás UF6. O isótopo U-235 de interesse é separado do isótopo U-238 mais pesado.
4) Reconversão do gás UF6 em dióxido de urânio (UO2) ao estado sólido (pó). Esta etapa é realizada em Resende (RJ), desde 1999, na Unidade II da Fábrica de Elementos Combustíveis (FEC), da INB.
5) Fabricação das Pastilhas de UO2, também na Unidade II da FEC.
6) Fabricação de Elementos Combustíveis: as pastilhas são montadas em varetas de uma liga metálica especial, o zircaloy. Esta etapa é realizada na Unidade I da FEC, também localizada em Resende (RJ).
Conforme a INB, desde 1996 o Brasil é um dos 12 países que fabricam elementos combustíveis nucleares. A partir do primeiro semestre de 1999, passou a integrar o grupo de produtores mundiais de pó e pastilhas de urânio enriquecido através da Unidade II da Fábrica de Elementos Combustíveis. Com isso, apenas duas etapas do ciclo do combustível continuarão sendo realizadas no exterior: a conversão e o enriquecimento isotópico. Esta última já é objeto de estudos realizados pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), para processar no país, em escala industrial, o enriquecimento de urânio através do processo de centrifugação. Segundo José Roberto Rogero, Diretor de Materiais do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em fevereiro de 2002 a INB estará enriquecendo urânio com a tecnologia comprada do CTMSP por R$250 milhões.
Outros custos também são importantes na implantação de uma usina, como os associados à construção inicial da planta e suas modificações e os sistemas de segurança, que são redundantes (todos os equipamentos têm uma duplicata pronta para ser acionada a qualquer momento em caso de acidente). Aqui são levados em conta quando e onde a usina é construída.
Há também os custos relacionados ao tratamento dos resíduos, que no caso da energia nuclear exigem um alto nível de segurança para seu armazenamento. Em Angra 1 e 2, os depósitos de lixo atômico não são definitivos. E será necessário construir depósitos permanentes, o que depende da regulamentação da lei que trata do assunto.
Após o tempo de vida útil de uma usina, deve-se também pensar nos custos de sua desativação, o que envolve isolamento da área do reator por um período de milhares de anos, construção de depósitos permanentes de lixo radioativo, entre outros. Neste ponto, é importante ressaltar que até hoje nenhuma usina nuclear foi descomissionada, ou seja, apesar de desativada, o local em que estava instalada continua isolado.
Todas essas considerações voltam a ser objeto de debate no Brasil com a inauguração de Angra 2...
Tabela comparativa das fontes de energia
Devido ao aumento da população do mundo e uma continuada comparação dos padrões de vida europeus, japoneses, e norte-americanos atuais, há uma previsível demanda de mais energia elétrica. Cada fonte de geração de energia tem vantagens e desvantagens como mostrado na tabela abaixo .
Fonte Vantagens Desvantagens
Carvão · Barato · Fácil de recuperar (nos E. U. e na Rússia) · Requer controles de alto custo de poluição do ar (por exemplo mercúrio, dióxido de enxôfre) · Contribuinte significativo à chuva ácida e a aquecimento global · Requer o sistema extensivo de transporte
Nuclear · O combustível é barato · É a fonte a mais concentrada de geração de energia· O resíduo é mais o compacto de toda as fontes · Base científica extensiva para todo o ciclo · Fácil de transportar como novo combustível · Nenhum efeito estufa ou chuva ácida · É a fonte de maior custo por causa dos sistemas de emergência, de contenção, de resíduo radioativo e de armazenamento · Requer uma solução a longo prazo para os resíduos armazenados em alto nível na maioria dos países · Proliferação nuclear potencial
Hidroelétrica · Muito barato após a represa ser construída · Investimentos dos governos. Ex. o oeste dos EUA investiu pesadamente na construção de represas. No Brasil o investimento do governo também é considerável. · Fonte muito limitada pois depende da elevação da água · Muitas represas disponíveis existem atualmente (não muito como uma fonte futura, dependendo do país) · O colapso da represa conduz geralmente à perda de vidas· As represas afetam os peixes (por exemplo as corridas dos salmões, entre outros, até a foz do rio) · Os danos ambientais para as áreas inundadas (acima da represa) e rio abaixo
Gás / Óleo · Bom sistema de distribuição para os níveis de uso atuais · Fácil de obter · Melhor fonte de energia para o aquecimento de espaços · Disponibilidade muito limitada como mostrado por faltas durante o inverno nos países frios.· Poderia ser o contribuinte principal do aquecimento global · Caro para geração de energia · A grande oscilação dos preços conforme a oferta e a demanda
Vento · O vento é grátis, se disponível · Boa fonte para suprir a demanda de bombeamento periódico de água nas fazendas, como já visto em vários países no início do século. · Necessita 3x a quantidade de geração instalada para atingir à demanda · Limitado a poucas áreas . · O equipamento é caro de se manter · Necessita de armazenamento de energia de alto custo (por exemplo baterias) · Altamente dependente do clima - o vento pode danifica-lo durante fortes ventanias ou não girar durante dias, conforme a estação do ano. · Pode afetar pássaros e colocá-los em perigo.
Solar · A luz solar é grátis, quando disponível · Limitado às áreas ensolaradas do mundo (muita demanda quando está pouco disponível, por exemplo no aquecimento solar) · Requer materiais especiais para espelhos/painéis que pode afetar o meio ambiente · A tecnologia atual requer quantidades grandes de terra para quantidades pequenas de geração da energia
Biomassa · A indústria está em sua infância · Poderia criar empregos pois plantas menores poderiam ser usadas. · Ineficiente se forem usadas plantas pequenas · Poderia ser um contribuinte significativo para o aquecimento global pois o combustível tem baixo índice de contenção de calor
Combustível a partir de resíduos · O combustível pode ter baixo custo · Poderia criar empregos pois plantas menores poderiam ser usadas· Emissões baixas de dióxido de enxôfre · Ineficiente se forem usadas plantas pequenas · Poderia ser um contribuinte significativo para o aquecimento global pois o combustível tem baixo índice de contenção de calor · As cinzas podem conter metais como o cádmio e chumbo · Libera no ar e nas cinzas substâncias tóxicas como dioxinas e furanas
Fusão · O hidrogênio e o trítio poderiam ser usados como fonte de combustível · Geração mais elevada de energia por unidade de massa do que na fissão · Níveis mais baixos de radiação associados ao processo do que em reatores baseados em fissão
Angra 2 começa a produzir em caráter experimental
A usina de Angra 2 entrou em funcionamento exatamente às 22h16 da noite de sexta-feira, 21 de julho de 2000, em fase de testes, gerando energia complementar ao abastecimento elétrico da região sudeste. A potência do gerador atingiu então 270 MW, cerca de 20% de sua capacidade total. Para o definitivo funcionamento comercial de energia, a Usina precisa passar por um minucioso acompanhamento de todos os seus parâmetros de operação (fase final de testes), que foram adiados por solicitação da Operadora Nacional do Sistema (ONS), de modo a manter a complementação elétrica das necessidades da região.
A região de Angra dos Reis, no sul fluminense foi escolhida para a instalação do complexo nuclear brasileiro por apresentar algumas facilidades. A principal é a proximidade dos grandes centros consumidores, pois assim a usina pode fornecer energia através de linhas relativamente curtas. Angra fica (em linha reta) a 220km de São Paulo, 130 km do Rio e 350 km de Belo Horizonte, que são grandes consumidores de energia elétrica. A proximidade do mar é outro aspecto fundamental, uma vez que a usina utiliza-se de uma grande quantidade de água, em circulação, para resfriar o vapor produzido para acionar a turbina e ligar o gerador elétrico. A sua localização facilita também a chegada e saída de embarcações com equipamentos de grande porte.
O atual estágio de testes de Angra 2 deve se estender até setembro. Durante esse tempo, a potência será gradativamente elevada, de 30% para 80% e depois para 100%. Em cada uma dessas fases, o teste consiste em verificar se a unidade responde de acordo com o que determina o projeto. Cumpridas todas as etapas, o equipamento fica oito dias operando a 100%. Ao fim deste período, se tudo correr bem, a usina é declarada apta a operar comercialmente.
Angra 1, cuja produção foi interrompida em 17 de julho voltou a funcionar em 4 de agosto. Segundo o Superintendente de Produção de Angra 2, Kleber Cosenza, o Rio de Janeiro, que é um grande produtor de energia primária na forma de petróleo, ainda é dependente de outros Estados na importação de energia elétrica. As usinas de Angra somam 1.966 MW à produção, representando aproximadamente 50% da potência total instalada no Estado. As outras fontes, a usina hidrelétrica do Funil e a de Santa Cruz, geram, respectivamente, 200MW e 600MW. A elas somam-se algumas outras pequenas usinas da Companhia de Luz do Estado do Rio de Janeiro, Light.
Angra 2, cuja tecnologia foi comprada da Siemens, alemã, impressiona pelas instalações...
Usina mistura simplicidade e alta tecnologia
Angra 2 impressiona antes de tudo pelo tamanho. Pelo tamanho das instalações e da mobilização humana que representa. Quem vem pela Rio-Santos não pode deixar de reparar na magnitude da obra, localizada em uma pequena enseada em uma das reentrâncias da serpenteante estrada. Ao entrar na área da usina e das vilas de funcionários nota-se a infra-estrutura que a Eletronuclear criou nas adjacências para tornar possível a empreitada.
As vilas de Mambucaba e Praia Grande são construídas para abrigar os funcionários, além de algumas instalações operacionais, como o Laboratório de Monitoração Ambiental e o Hotel onde funcionários, comissões técnicas e autoridades governamentais eventualmente ficam. As edificações são todas planejadas, casinhas de moradores repetem-se umas depois das outras aos olhos do passante, dando uma impressão de ordem e monotonia.
As instalações da usina são guardadas por um esquema de segurança de fazer inveja: visitantes são identificados por cartões magnéticos com um chip capaz de abrir portas somente na presença de um funcionário. Ainda assim, o visitante tem que esperá-lo entrar primeiro. E depois não pode hesitar muito: seu cartão pode abrir a porta até dois minutos depois da entrada do anfitrião. Ao fim deste tempo, o cartão expira. Todas as portas da usina têm um identificador deste tipo. A segurança é ostensiva e a vigilância deve responder por uma parcela razoável da folha de pagamentos. Os guardas das portarias e balcões de entrada comunicam-se com os visitantes somente através de microfones, pois há espessos vidros separando os dois.
Depois desta primeira impressão, o estilo de construção e o clima dentro da usina tornam-se os principais alvos da atenção. Há, nas construções, nos prédios, nos monitores de computador, nos macacões dos operários e nos painéis da sala de controle da usina uma estética dos anos 70/80, no estilo dos filmes de Buck Rogers ou Jornada nas Estrelas. O design dos equipamentos, que devem ser funcionais acima de tudo, desvia a atenção do visitante para essa estética. É interessante pensar que a energia nuclear e as usinas que a utilizam não representem mais tanta inovação como na época em que o Brasil começou seu projeto nuclear. Visualmente, a usina oferece uma experiência mista de alta tecnologia com simplicidade, ou até mesmo antigüidade.
A imensidão, as tubulações prateadas, os equipamentos e os ruídos e principalmente o gerador e suas turbinas tornam quase impossível não associar a experiência de uma visita à Angra 2 com os filmes de ficção científica da década de 70 e começo dos anos 80.
Paralelamente à produção de energia elétrica, a usina mantém também atividades de pesquisa e monitoração ambiental...
Laboratório controla parâmetros ambientais
No Laboratório de Monitoração Ambiental da Eletronuclear, em Angra, o dia-a-dia consiste em medir parâmetros ambientais como radiação, teor de cloro na água do mar e temperatura. A área coberta pela equipe de quinze biólogos, químicos e técnicos abrange de Angra dos Reis até Parati. Eles se dividem nos seguinte programas:
- Programa de Monitoração Radiológico Operacional.
- Programa de Monitoração da Fauna e Flora Marinha na fase Operacional.
- Programa de Monitoração e Controle da Qualidade da Água (Salinas, Potáveis e Servidas).
- Programa de Medida de Temperatura em Itaorna e Saco Piraquara de Fora (Itaorna é a praia onde está a usina. Piraquara de Fora é a enseada onde a água mais quente, proveniente do sistema de refrigeração, é despejada.
- Programa de Monitoração do Galpão Provisório de Rejeitos de Baixa e Média Atividades.
- Programa de Medida de Cloro Residual em Piraquara de Fora.
Segundo o biólogo Carlos Alhanati, chefe do Laboratório, a Eletronuclear tem tido uma considerável preocupação em relação aos possíveis impactos ambientais de suas atividades. O Laboratório situa-se na Praia de Mambucaba, a 10km da Praia de Itaorna, onde fica a usina. Uma das atividades diárias de Alhanati e sua equipe é medir as variações da temperatura da água do mar causadas pela usina, que utiliza água salgada em seu sistema de resfriamento. A usina capta água em Itaorna e a despeja, depois de utilizada, no Saco Piraquara de Fora.
Dados do trabalho do Laboratório indicam que a água despejada é, em média, de 3 graus Celsius (podendo atingir 6 graus Celsius) mais quente do que a água do mar do local de descarga. Essa água, despejada a 30 metros cúbicos por segundo é capaz de aquecer a água de Piraquara de Fora cerca de um grau Celsius e meio. A usina de Angra 1 tem duas bombas de água que mantêm o fluxo contínuo. A água que passa no condensador (para resfriar o vapor expandido da turbina) recebe uma carga térmica e aquece a água do mar. Segundo Alhanati, um dos efeitos ambientais da atividade da usina é que este aquecimento é interpretado pelos peixes da região como um estímulo à reprodução. Através de um estudo em que o Laboratório coletou e analisou gônadas de peixes de várias espécies diferentes foi possível diagnosticar o fenômeno.
Diariamente são tomadas medidas de radioatividade da água do mar e dos peixes. Até hoje não se constataram níveis de radiação anormais na região. Um novo Programa de Monitoração está sendo implantado pelo Laboratório da Eletronuclear: é o Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas (Salinas, Potáveis e Servidas). Este Programa tem como objetivo principal a manutenção da boa qualidade das águas no entorno das usinas, sejam elas ligadas às questões de potabilidade, de controle das estações de esgoto ou da qualidade das águas salinas quanto aos efluentes industriais convencionais. Para isso a Eletronuclear está investindo em equipamentos e treinamentos para seus técnicos.
Há ainda outro parâmetro ambiental pelo qual o Laboratório é responsável: a medida de teor de cloro na água do mar..
Cracas nas tubulações representaram desafio para engenheiros e biólogos
Quando a usina de Angra 1 começou a funcionar, havia uma prática corrente de tratar a água do mar com choques de cloro em concentrações relativamente altas, de 10ppm (partes por milhão). Isto porque as tubulações que despejam a água salgada de volta ao mar sofrem o ataque de organismos incrustantes, como as cracas, aquelas conchas aderidas às pedras. Em Angra, predominam as espécies Megabalanus tintinabulum e M. coccopoma.
Estes organismos, na fase inicial de vida, nadam livremente pela água e têm tamanho reduzido, sendo observáveis apenas com microscópios. Depois, para que possam atingir a fase adulta, eles precisam se fixar numa superfície (normalmente uma rocha). Após conseguirem se fixar, os jovens começam seu crescimento adulto, segregando uma "cola" que os faz aderirem fortemente à parede da rocha. Esta cola é uma mistura de carbonato de cálcio e um ácido que os faz aderentes o suficiente para causar danos sérios até em cascos de navios. Para evitar que isso ocorresse com as tubulações da usina é que a água do mar era tratada com doses periódicas de cloro.
A prática foi importada dos EUA, através da White Westinghouse, fabricante do reator de Angra 1. Mas o método praticado pelos americanos contra as cracas de lá não funcionava muito com as cracas daqui. Apesar de todo o cloro, elas cresciam dentro das tubulações, fazendo inclusive a usina parar para manutenção. O crescimento das cracas era intenso, uma vez que no interior dos tubos elas cresciam no escuro e não havia competição por espaço com as algas, que, por precisarem de sol, são tradicionais concorrentes em ambientes naturais. Como se não bastasse, a água de dentro dos tubos era ainda mais quente que a de fora. Técnicos e engenheiros tentaram de tudo para sanar o problema, até que a solução veio pela investigação da biologia das cracas.
O trabalho de investigação, levado a cabo pelo biólogo Carlos Alhanati e pelo engenheiro Sérgio Dias, iniciou-se com mergulhos por dentro das tubulações e observação dos animais. Segundo eles, as cracas formavam placas que chegavam a 30 cm de espessura, crescendo umas em cima das outras. À medida em que iam ficando mais pesadas cediam e eram carregadas pelo fluxo até os tubos do condensador. Em um dos mergulhos, eles perceberam que nas curvas no túnel de admissão as cracas não cresciam. Aquele fato chamou a atenção.
Após algum tempo de estudo e levantamento de dados, conseguiu-se descobrir que as cracas não conseguem fixar-se em superfícies quando a velocidade da água é superior a 1,5 metros por segundo. E o que acontecia nas curvas dos tubos é que a água se movia mais rapidamente, impedindo a fixação das larvas de cracas. Feitos os cálculos da velocidade necessária para impedir a fixação, só faltou descobrir a peça que faltava ao quebra-cabeças: as duas bombas que mantêm o fluxo de água trabalhavam em revezamento. O fluxo produzido deslocava-se a menos de 1,5 m/s.
Então, encomendou-se aos operadores da usina que mantivessem as duas bombas operando conjuntamente, com o fluxo acima de 1,5 m/s. Depois de algum tempo as análises indicavam que a fixação de cracas tinha realmente acabado. Desde essa época a administração de cloro foi bastante reduzida, faltando apenas maiores análises para concluir qual a real contribuição do cloro no processo de impedimento do crescimento das cracas. Pesquisas estão sendo desenvolvidas em conjunto com o Instituto de Pesquisas da Marinha para o entendimento desta questão. De qualquer forma, o laboratório continua monitorando a concentração de cloro e os valores observados, em sua grande maioria, são menores que 0,01ppm nas águas das praias próximas à usina e a perspectiva no futuro é que seja possível parar definitivamente a administração de cloro.
Além da monitoração ambiental, uma questão que preocupa é o Plano de Emergência, em caso de acidente nuclear...
Plano de Emergência preocupa prefeitura de Angra dos Reis
O Plano de Emergência de Angra está estruturado em Zonas de Planejamento de Emergência (ZPE), que ficam a 1, 3, 5, 10 e 15 km da usina. Dentro das instalações a responsabilidade pela retirada dos funcionários é da Eletronuclear. A medida mais imediata é a remoção dos funcionários para as vilas vizinhas de Mambucaba e Praia Grande. A área de responsabilidade da usina vai até 3 km. Fora dela, a incumbência é do governo estadual com a prefeitura de Angra e os órgãos de apoio: Exército, Marinha, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.
Neste ponto começa uma polêmica. O Prefeito de Angra dos Reis, José Marcos Castilho afirma que o Plano de Emergência tem problemas. O mais grave são as condições da rodovia Rio-Santos. No perímetro urbano da região de Angra dos Reis, a rodovia tem quebra-molas, que reduzem a velocidade e dificultam o trânsito. Há travessia de pedestres em amplos trechos, uma vez que as vilas de Mambucaba, Praia Grande e a Vila do Frade, todas do município de Angra, cresceram muito próximas da rodovia. Habitações de baixa renda e favelas completam o quadro de precariedade da região. A rodovia Rio-Santos ainda tem pontos onde o asfalto está em péssimas condições e o mato avança sobre a estrada. Já que a evacuação da população se daria pela Rio-Santos no caso de uma emergência, estes problemas dificultam muito a operação. A Eletronuclear tem dado apoio financeiro às obras de melhoria e recapeamento nos trechos mais críticos. Porém, a responsabilidade é do governo federal, já que se trata de uma rodovia federal.
O plano de emergência tem sido o ponto de maior conflito entre a Eletronuclear e a prefeitura de Angra. O Prefeito José Castilho reclama também da questão do impacto ambiental e social da implantação da usina: "Os benefícios das usinas Angra 1 e 2 serão sentidos em nível nacional, ou pelo menos regional, já que as usinas fornecem energia para as grandes capitais da região sudeste. Porém o impacto negativo só se refletirá em Angra dos Reis. Na época das obras de Angra 1 havia 11 mil homens trabalhando. Eles trouxeram também suas famílias e isso gerou um contingente humano imenso que a cidade teve que abrigar. Muita gente veio de outros estados. E agora para funcionar a usina não gera muitos empregos, é possível mantê-la funcionando com cerca de dois mil homens ou menos. Além disso, só recentemente ela começou a pagar impostos, já que como estatal é isenta de cobrança. A cidade arcava com custos gerados e o impacto do afluxo humano e não recebia uma contrapartida". No entanto, segundo o próprio Castilho, essa situação mudou bastante de 1988 para cá. A usina começou a pagar impostos à cidade, colabora nas obras da rodovia e o diálogo entre as partes tem melhorado. Além disso, há maior preocupação em informar e orientar a população sobre o que ocorre na usina, através da Assessoria de Comunicação da usina.
Para o Superintendente de Produção de Angra 2, Kleber Cosenza, a opinião pública brasileira, assim como o resto do mundo, tem uma tendência a associar a idéia de energia nuclear com bomba atômica. Por si só isso já cria uma resistência grande.
Além disso, há a questão dos resíduos radioativos...
A confusa política nuclear brasileira
A inauguração da usina de Angra 2 é mais um resultado da confusa, contraditória e cambiante política nuclear brasileira, que se inicia na década de 1940, resultando na criação do próprio CNPq, em 1951. Nessa política, misturam-se os mais diversos interesses de militares, políticos, grandes potências, empresários e cientistas. Na maior parte das vezes as razões energéticas foram meras justificativas para esconder estratégias militares ou interesses econômicos.
Podemos dividir o desenvolvimento nuclear brasileiro em três períodos distintos: a fase nacionalista (1949-1954), a fase diplomática (1955-74), e a fase do desenvolvimento dependente, que se inicia em 1975 e estende-se até hoje. Contudo, os primeiros trabalhos já são registrados em 1934, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Nos Anais da Academia Brasileira de Ciências em 1944 documentam-se as primeiras pesquisas sobre teorias das forças nucleares. O pesquisador Paulo Marques, em seu livro Sofismas nucleares: o jogo das trapaças na política nuclear no país, adota a divisão temporal acima para entender a história da política nuclear brasileira. Carlos Girotti, no livro Estado nuclear no Brasil, também adota uma divisão semelhante, considerando a transição, em 1975, para a fase do desenvolvimento dependente, a mais marcante.
No início da década de 40, antes da primeira bomba atômica ser detonada, os EUA, que já faziam pesquisas na área nuclear visando objetivos militares, firmam o primeiro programa para a prospecção de recursos minerais brasileiros. Este programa resultou em diversos acordos, firmados na mesma década e na seguinte, chegando o Brasil a trocar, em 1954, dez mil toneladas de minerais radioativos brutos (monazita e terras raras) por cem mil toneladas de trigo.
A grande figura da fase nacionalista que se inicia é o almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva. Já em 1946, numa reunião das Nações Unidas em que os EUA propuseram um tratado internacional que criaria uma autoridade mundial responsável pela gestão de todas as reservas de urânio do mundo, o Brasil, representado pelo almirante Álvaro Alberto, juntamente com a União Soviética, são os únicos países a oporem-se ao chamado Plano Baruch, que assegurava aos EUA o monopólio da tecnologia e das matérias-primas nucleares no mundo ocidental. Nesta oportunidade, Álvaro Alberto propôs o Princípio das Compensações Específicas, em que o Brasil, assim como outros países subdesenvolvidos, forneceriam a matéria prima desejada em troca de um preço justo e da prioridade na instalação, em seu território, de reatores nucleares de todos os tipos.
Em 1947 é criada a Comissão de Fiscalização de Minerais Estratégicos e se inicia uma intensa disputa, dentro do Estado, de setores interessados ou não na exportação de material radioativo bruto. As exportações de monazita continuam até 1951 quando é criado, por sugestão da Comissão de Fiscalização de Materiais Estratégicos, o CNPq. Entre as atribuições do então Conselho Nacional de Pesquisas está o controle das reservas de urânio e tório que, neste momento, tem sua exportação proibida.
Entretanto, em 1952, é criada a Comissão de Exportação de Materiais Estratégicos, uma comissão que responderia diretamente ao Ministério das Relações Exteriores, sendo composta de funcionários dos ministérios da Fazenda, da Agricultura, das Forças Armadas, do CNPq e da Cacex. Ou seja, o CNPq tem o seu poder sobre as reservas de urânio e tório diluído e as exportações aos norte-americanos recomeçam. Na verdade, o Brasil estava sendo pressionado a enviar tropas para a Guerra da Coréia e, para não fazê-lo, volta a exportar o seu urânio.
Neste momento, o almirante Álvaro Alberto, que havia estudado física na Alemanha antes da Segunda Guerra, é presidente do CNPq. Usando de seus antigos contatos encomenda a físicos alemães, em 1954, a construção de três conjuntos de centrifugação para o enriquecimento de urânio. Os conjuntos acabam sendo interceptados pelo Alto Comissariado do Pós Guerra, 24 horas antes do embarque para o Brasil, a partir de denúncia feita pelo militar brasileiro Octacílio Cunha. Documentos revelados posteriormente mostram que o Brasil estaria sendo impedido de buscar o enriquecimento do urânio por ser um país localizado dentro da área de influência dos EUA.
Com o suicídio do presidente Getúlio Vargas e a exoneração de Álvaro Alberto da presidência do CNPq termina a chamada fase nacionalista. O novo presidente, Café Filho, assina, já em 1955, a integração do Brasil ao programa americano "Átomos para a Paz". O programa sinalizava que os EUA haviam desistido de impedir o acesso de outros países às tecnologias atômicas procurando agora inseri-los sob o seu controle e vigilância. Em 1956 é instaurada, sob pressão norte-americana, uma CPI para investigar supostas irregularidades no CNPq. Na verdade, o desenvolvimento atômico brasileiro é objeto de disputa entre dois setores do Estado, um representado pelo Itamaraty e outro pelo CNPq.
E é o setor representado pelo Itamaraty que vai dominar a fase diplomática. Neste mesmo ano de 1955 foram assinados dois acordos com os EUA: o Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento de Energia Atômica com Fins Pacíficos; e o Programa Conjunto para o Reconhecimento e a Pesquisa de Urânio no Brasil. O primeiro acordo previa que o Brasil arrendaria dos EUA, por um período de cinco anos, até seis quilos de urânio enriquecido a 20%, a ser usado como combustível para reatores de pesquisa encomendados também junto aos EUA. O segundo acordo previa a pesquisa e avaliação das reservas de urânio brasileiras, que seriam vendidas aos EUA.
Contudo, a posse de Juscelino Kubitschek em 1956, significará uma nova conjuntura para a política nuclear brasileira. São criados neste ano o IEA (Instituto de Energia Atômica) na USP - que será transformado no Ipen (Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares) -- e a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), diretamente subordinada à presidência da república. São estabelecidas diretrizes para uma política nacional de energia nuclear, em que há uma tentativa, através de medidas aparentemente contraditórias, de resgate da autonomia no setor. Nos anos seguintes, são firmados acordos com outros países que não os EUA.
Este período é o de maior desenvolvimento dos grupos de pesquisadores nas universidades e nos centros de pesquisa. Os reatores de pesquisa norte-americanos foram trazidos a diferentes grupos de cientistas brasileiros. Criado em 1952, o Instituto de Pesquisas Radioativas (ligado à UFMG), em Belo Horizonte, é um destes grupos, mas também abriga, no final da década de 1950, o Grupo do Tório, uma equipe de pesquisadores que busca o desenvolvimento de um reator de pesquisa diferente daqueles que já operavam no Brasil, baseados em urânio enriquecido e água leve. O reator que buscavam desenvolver seria baseado em diferentes ciclos de combustível (não necessitando de urânio enriquecido) e água pesada. Suas pesquisas foram encerradas em 1975, quando o governo federal optou pelos reatores de água leve e firmou o Acordo com a Alemanha Ocidental.
Em 1963, o Instituto de Energia Nuclear, criado em convênio da Cnen com a UFRJ, passa a construir um reator com componentes nacionais, à exceção do combustível. Chamado de Argonauta, o reator entra em operação em 1965. Nesse momento, a Cnen é o órgão que gere a exportação de minérios para uso nuclear. Estas agências governamentais que foram criadas formaram uma burocracia técnica para o setor nuclear, com importantes consequências no desenvolvimento e manutenção do mesmo. Esta tecnocracia ganhará ainda mais importância após o golpe militar de 1964 e a conseqüente centralização do Estado.
Anteriormente, em 1959, foi criado o projeto Mambucaba, que previa a construção de uma usina para a geração de energia nuclear em uma praia vizinha a que hoje estão instaladas as usinas de Angra 1 e 2. O projeto, entretanto, não andou por falta de força política da Cnen, e acabou engavetado pela decisão momentânea dos militares de não usar a energia nuclear como fonte de energia elétrica.
Em 1967, o Brasil assina o Tratado de Tlatelolco, em que alguns países da América Latina comprometem-se a não fazer uso do poder nuclear como arma militar. O documento, entretanto, é ambíguo, dado que a energia nuclear pode servir tanto para fins pacíficos como para fins militares. No ano seguinte, o Brasil recusa-se a assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, alegando ser este limitador da soberania nacional.
Ainda em 1967 a Cnen, agora vinculada ao Ministério das Minas e Energia, firma um acordo para a construção da primeira central de geração de energia nuclear. O lugar escolhido é Angras dos Reis, principalmente pela proximidade com os grandes centros do sudeste. Uma concorrência internacional é aberta, em 1970, para a compra do reator de Angra 1 e é vencida pela norte-americana Westinghouse, subsidiária da General Electric.
Em 1972 o Brasil assina um novo acordo com os EUA, em que estes forneceriam urânio enriquecido (numa quantidade que não ultrapassasse 2300 kg em 30 anos) em troca de urânio natural brasileiro. Ficava a cargo da Comissão de Energia Atômica dos EUA o controle das instalações brasileiras para que estas não fizessem uso militar. Neste acordo também fica acertado que o reator de potência a ser vendido para o Brasil seria um PWR (Reator de Água Pressurizada). Era um contrato do tipo caixa-preta, em que a última coisa que ocorreria seria a incorporação de tecnologia. Também o financiamento do projeto gerou muitas suspeitas, pois foi feito por um banco que logo em seguida foi comprado pelo então Ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen.
Outros países subdesenvolvidos também vinham desenvolvendo projetos de reatores de potência, como a Argentina e a Índia. Esta última, em 1974, detona a sua primeira bomba atômica, contruída a partir de subprodutos (como o plutônio) de seu reator de potência. Este fato dificulta ainda mais as negociações com os americanos para a construção do reator brasileiro. Em virtude disso, em 1975, é assinado o Acordo Brasil-República Federal da Alemanha, sendo esta transformada em parceira oficial do Brasil com relação a assuntos nucleares. Este acordo encerra a fase diplomática - em que foram criados os principais institutos de pesquisa e órgãos estatais para assuntos nucleares - e inicia a fase do desenvolvimento dependente.
O acordo com a Alemanha, entretanto, não significou uma grande melhoria com relação à transferência de tecnologia. O contrato continuava a ser no estilo caixa preta e pressões populares na Europa dificultaram o envio de material radioativo para o Brasil. Soma-se a isso as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Brasil na década de 1980, inviabilizando investimentos vultuosos no programa nuclear. As empresas criadas quando do acordo com a Alemanha para o desenvolvimento nacional da tecnologia (Nuclebrás e suas subsidiárias) não alcançaram êxito.
No entanto, a combalida política nuclear desenvolvida durante estes anos foi suficiente para criar uma classe de pesquisadores bastante atuante na defesa da pesquisa nuclear no Brasil. Apesar da opção do Estado brasileiro de importar totalmente a tecnologia para a construção de reatores de potência, a pesquisa nuclear continuou localizada principalmente nos centros de pesquisa universitários e com o forte apoio de um grupo de militares. Em 1979, inicia-se o Programa Nuclear Paralelo, desenvolvido pela marinha e apoiado pelo Ipen/Cnen-SP (antigo IEA) com o objetivo de desenvolver um submarino nuclear.
Este programa foi mantido durante um longo período fora do conhecimento público. Em setembro de 1987, o então presidente José Sarney anunciou o domínio do enriquecimento do urânio, alcançado pelos pesquisadores envolvidos no Programa Nuclear Paralelo. No ano seguinte, a Nuclebrás é extinta e o Programa Nuclear Paralelo é incorporado às pesquisas oficiais. O controle de Angra 1 e do canteiro de obras de Angra 2 e 3 foi transferido para a então estatal Eletrobrás. Com a venda recente da Eletrobrás foi criada a Eletronuclear, uma estatal ligada à Cnen que gere as atividades em Angra, ainda obedecendo aos acordos firmados com a Alemanha (através da Siemens).
Com relação ao conhecimento científico, pode-se dizer que os maiores progressos foram conseguidos pelo Ipen, através do grande aporte de recursos da marinha, interessada no desenvolvimento do sistema de propulsão do submarino nuclear (projeto com orçamento previsto de 1,4 bilhões de dólares). Segundo José Roberto Rogero, diretor de materiais do Ipen, hoje o Brasil domina o ciclo do enriquecimento do combustível para reatores nucleares de pesquisa, estando a tecnologia para reatores de potência pronta para a industrialização, que deve ser feita pela INB (Indústrias Nuleares do Brasil). Esta é a herdeira das subsidiárias da Nuclebrás e conta com a transferência da tecnologia desenvolvida pelo Ipen para o enriquecimento de urânio a ser usado como reator de potência (3,2%) e reator de pesquisas (20%).
Fontes energéticas alternativas ainda patinam no País
domingo, 10 fevereiro 2008 . Agência Estado
O ano de 2008 começou com um quadro pouco animador para o desenvolvimento das fontes alternativas de energia no Brasil. As duas principais ações do governo federal na área, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) e o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), ainda patinam em seus resultados e não cumprem as metas estipuladas inicialmente, o que revela a dificuldade que o País tem em explorar de maneira viável o grande potencial energético disponível em território nacional.O saldo atual do Proinfa é prova do insucesso das políticas governamentais na área. Dos 3,315 mil MW contratados pelo programa, apenas 1,048 mil MW entraram em operação ao final de 2007. Ou seja, dos 144 empreendimentos classificados entre térmicas a biomassa, Pequenas Centrais Hidrelétricas e usinas eólicas, apenas 39 projetos estão disponibilizando energia para o sistema. Isso poderia até não ser problema se o balanço energético do País estivesse tranqüilo. Mas nesse momento de esvaziamento dos reservatórios das hidrelétricas, esses 2,266 mil MW indisponíveis poderiam contribuir junto com as térmicas a gás natural, óleo combustível e nuclear para poupar água das usinas.Energia EólicaInicialmente, os 144 empreendimentos deveriam entrar em operação ao final de 2006. Mas o prazo não foi cumprido e o Ministério de Minas e Energia (MME) estabeleceu nova data para o final de 2008. Pelo levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), esse novo cronograma não deverá também ser cumprido. Dos 2,062 mil MW previstos para entrar em operação este ano, apenas 908,4 MW não possuem nenhum tipo de restrição nas obras. Nesse balanço, destaque negativo para a energia eólica. Isso porque 901,29 MW de energia da fonte possuem restrições à entrada em operação. De acordo com a agência, 33 projetos eólicos não iniciaram as obras, apesar de já possuírem licença de instalação.O contraditório é que o programa ofereceu uma série de benefícios para atrair a iniciativa privada. Entre os benefícios estão a compra por 20 anos de toda a energia pela Eletrobrás e a garantia de que a estatal elétrica asseguraria ao empreendedor uma receita mínima de 70% da energia contratada durante o período de financiamento. Além disso, a Eletrobrás protegeria integralmente os investidores dos riscos de exposição do mercado de curto prazo. Se não bastasse isso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou uma linha de financiamento para os projetos enquadrados no Proinfa.Mesmo assim, o projeto emperrou desde o começo. Lançado em 2002 como uma política do governo federal para promover a diversificação da matriz elétrica, o Proinfa foi revisado em 2003 e enfrentou o primeiro problema logo no início, no processo de contratação da energia. Inicialmente, previa-se a contratação de 3,3 mil MW, sendo 1,1 mil MW de cada fonte. Após nova seleção, apenas 700,9 MW da fonte foram contratados. A diferença foi compensada pela maior adesão das usinas eólicas, somando 1,422 mil MW, e das PCH, que totalizaram 1,191 mil MW.Vários são os motivos apontados para o modesto desempenho do Proinfa: a demora da regulamentação do programa pelo governo, o que só ocorreu em 2005; o excesso de burocracia do BNDES para o financiamento, que exige uma série de garantias dos empreendedores, encarecendo a operação; o movimento especulativo entre os titulares das concessões de PCH, que ganham o direito de construir as usinas e, em vez de executar o projeto, ficam a espera de um comprador para a outorga; problemas na indústria de equipamentos para usinas eólicas, já que existe apenas um fornecedor instalado no Brasil; e o preço, que foi considerado baixo - para eólica, a energia foi comprada a R$ 204/MWh, biomassa entre R$ 93/MWh e R$ 169/MWh, dependendo do insumo, e PCH a R$ 117/MWh.BiodieselA exemplo do Proinfa, o PNPB também não decolou nesse início de obrigatoriedade da mistura de 2% (B2) ao diesel em 2008, ainda que seja necessário considerar que a indústria do biodiesel é algo recente na história brasileira. Entusiasmado pelo desempenho na produção de etanol, o governo federal enxergou também a oportunidade de repetir o mesmo sucesso no biodiesel, adicionando em sua estratégia de desenvolvimento da cadeia produtiva a participação da agricultura familiar, para gerar renda e emprego no campo.Pelo caráter social, o PNPB é tido como uma das principais ações da política energética do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa foi estruturado para que os pequenos agricultores forneçam a matéria-prima, como mamona, dendê e pinhão-manso, para a produção do óleo vegetal, que posteriormente será transformado em biodiesel pelos produtores. Para estimular o funcionamento dessa cadeia produtiva, o governo federal criou o "Selo Combustível Social", que confere desoneração tributária, condições especiais de financiamento do BNDES e direito a participação nos leilões de compra do biocombustível organizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) para os produtores de biodiesel que comprarem a matéria-prima dos agricultores familiares.A execução dessa estratégia é complexa. A começar pela dificuldade logística de recolher a matéria-prima de diversos agricultores familiares, que nem sempre estão próximos entre si, e levar para a unidade industrial de processamento. Além disso, o baixo emprego de tecnologia e a pequena escala da produção encarecem o valor da matéria-prima.SojaDe acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado, Miguel Biegai Junior, essa fragilidade da cadeia produtiva tem levado aos grandes produtores a comprarem o porcentual mínimo de matéria-prima previsto em lei para obter o selo social e, assim participarem dos leilões da ANP, porque os benefícios com a certificação não compensam os custos envolvidos com a operação. Isso explica, nesse sentido, a grande penetração da soja como principal insumo para a produção do biodiesel, aproveitando a economia de escala que possui o cultivo do grão.De fato, hoje a soja é a única cultura em condições de suportar o crescimento da indústria de biodiesel no curto prazo. Outras culturas, como mamona e pinhão-manso, ainda são pouco produzidas no Brasil. Acontece que se a escolha da soja parecia um grande negócio, hoje esse é um dos principais motivos para o que PNPB esteja enfrentando dificuldades. Como lembrou Biegai Junior, a competição entre alimento e energia, estimulada pela alta da cotação do barril do petróleo, tem puxado para cima os preço das commodities agrícolas, como milho e soja.O especialista disse que o preço do óleo de soja na Bolsa de Chicago passou de um patamar de 20 centavos de dólar por libra-peso, em 2006, para cerca de 50 centavos de dólar por libra-peso, em 2007. O preço atual representa mais de US$ 1 mil por tonelada do óleo, o que compromete a lucratividade do biodiesel na comparação com os preços em que o biocombustível foi vendido. Nos leilões da ANP, o insumo foi comercializado na faixa entre R$ 1,75 e R$ 1,86 o metro cúbico (equivale a mil litros). Segundo Biegai Junior, esses valores seriam abaixo do custo de produção. Para que os produtores tivessem retorno, esse preço deveria situar-se entre R$ 2,20 e R$ 2,40, considerando o custo atual do óleo.EntusiasmoEsse cenário atenua o entusiasmo em torno do biodiesel. O baixo preço do óleo de soja até 2006 e a alta do petróleo estimularam a construção de uma grande capacidade instalada no País. Hoje, a capacidade autorizada pela ANP totaliza 2,7 bilhões de litros de biodiesel, ainda que a demanda do B2 é de apenas 840 milhões de litros. Apesar do excesso de oferta, apenas 45% dos 885 milhões contratados em cinco leilões da ANP, realizados entre 2005 e 2007, foram entregues. Recentemente, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) afirmou que os produtores de biodiesel haviam deixado de entregar cerca de 20% do volume contratado logo na primeira semana de 2008.Além do alto custo, o óleo de soja não é o mais propício para o biodiesel. O ideal seria a produção a partir de outras culturas, como pinhão-manso. Nem a mamona Biegai Junior considera que seria interessante, porque o óleo desta planta tem muito mais valor na indústria química. O produto, por exemplo, é utilizado como lubrificante de avião, que remunera muito mais do que o biodiesel hoje. Nesse sentido, o especialista crê que o biodiesel só terá sucesso se seguir o caminho do etanol, ou seja, de investir maciçamente em pesquisa para aumentar a produtividade por hectare de culturas perenes e reduzir o custo do óleo por tonelada.
Fontes Energéticas Renováveis
Chamamos de energias renováveis, às formas de energias que, após utilizada ainda podemos dispô-la para utilização novamante.Algumas delas são denominadas alternativas atualmente como a energia nuclear, solar, eólica, de anti matéria, das marés, etc. Preferimos usar a denominação renováveis e não renováveis por ser uma divisão mais distintivas e com maior abrangência. Entretanto outros autores preferem a divisão alternativas e convencionais. Dessa maneira, enquadramos a energia hidráulica como convencional, junto com o petróleo. Entretanto para atender uma exigência de questão ambiental, não podemos incluir estes dois tipos numa mesma categoria, pois uma é altamente poluente e a outra é limpa. Deste modo, temos uma classificação mais duradoura, pois no futuro estas serão as convencionais, pois atendem às exigências da sociedade moderna: opções de energia limpas e inesgotáveis, pelo menos comparando com o tempo de vida de nossa sociedade. Abaixo, temos o roteiro de sua viajem por História, Ciência, Física e Filosofia.
INTRODUÇÃO
O colapso do saneamento ambiental no Brasil chegou a níveis insuportáveis. A falta de água potável e de esgotamento sanitário é responsável, hoje, por 80% das doenças e 65% das internações hospitalares. Além disso, 90% dos esgotos domésticos e industriais são despejados sem qualquer tratamento nos mananciais de água. Os lixões, muitos deles situados às margens de rios e lagoas, são outro foco de problemas. O debate sobre o tratamento e a disposição de resíduos sólidos urbanos ainda é negligenciado pelo Poder Público.
Lixo é todo e qualquer resíduo sólido resultante das atividades diárias do homem em sociedade. Pode encontrar-se nos estados sólido, líquido e gasoso. Como exemplo de lixo temos as sobras de alimentos, embalagens, papéis, plásticos e outros.
A definição de LIXO como material inservível e não aproveitável é, na atualidade, com o crescimento da indústria da reciclagem, considerada relativa, pois um resíduo poderá ser inútil para algumas pessoas e, ao mesmo tempo, considerado como aproveitável para outras.
CLASSIFICAÇÃO
Segundo o critério de origem e produção, o lixo pode ser classificado da seguinte maneira:
· Doméstico: gerado basicamente em residências;
· Comercial: gerado pelo setor comercial e de serviços;
· Industrial: gerado por indústrias (classe I, II e III);
· Hospitalares: gerado por hospitais, farmácias, clínicas, etc.;
· Especial: podas de jardins, entulhos de construções e animais mortos.
De acordo com a composição química, o lixo pode ser classificado em duas categorias:
· Orgânico
· Inorgânico.
DESTINO DO LIXO
Resíduo Descartado Sem Tratamento:
Caso o lixo não tenha um tratamento adequado, ele acarretará sérios danos ao meio ambiente:
1º - POLUIÇÃO DO SOLO: alterando suas características físico-químicas, representará uma séria ameaça à saúde pública tornando-se ambiente propício ao desenvolvimento de transmissores de doenças, além do visual degradante associado aos montes de lixo.
2º - POLUIÇÃO DA ÁGUA: alterando as características do ambiente aquático, através da percolação do líquido gerado pela decomposição da matéria orgânica presente no lixo, associado com as águas pluviais e nascentes existentes nos locais de descarga dos resíduos.
3º - POLUIÇÃO DO AR: provocando formação de gases naturais na massa de lixo, pela decomposição dos resíduos com e sem a presença de oxigênio no meio, originando riscos de migração de gás, explosões e até de doenças respiratórias, se em contato direto com os mesmos.
Resíduo descartado com tratamento:
A destinação final e o tratamento do lixo podem ser realizados através dos seguintes métodos:
· Aterros sanitários (disposição no solo de resíduos domiciliares);
· Reciclagem energética (incineração ou queima de resíduos perigosos, com
reaproveitamento e transformação da energia gerada);
· Reciclagem orgânica (compostagem da matéria orgânica);
· Reciclagem industrial (reaproveitamento e transformação dos materiais
recicláveis);
· Esterilização a vapor e desinfecção por microondas (tratamento dos resíduos
patogênicos, sépticos, hospitalares).
OBS.-Programas educativos ou processos industriais que tenham como objetivo a redução da quantidade de lixo produzido, também podem ser considerados como formas de tratamento.
ATERROS SANITÁRIOS
Esclarecemos inicialmente que existe uma enorme diferença operacional, com reflexos ambientais imediatos, entre Lixão e Aterro Sanitário.
O Lixão representa o que há de mais primitivo em termos de disposição final de resíduos. Todo o lixão coletado é transportado para um local afastado e descarregado diretamente no solo, sem tratamento algum.
Assim, todos os efeitos negativos para a população e para o meio ambiente, vistos anteriormente, se manifestarão. Infelizmente, é dessa forma que a maioria das cidades brasileiras ainda "trata" os seus resíduos sólidos domiciliares.
O Aterro Sanitário é um tratamento baseado em técnicas sanitárias (impermeabilização do solo/compactação e cobertura diária das células de lixo/coleta e tratamento de gases/coleta e tratamento do chorume), entre outros procedimentos técnico-operacionais responsáveis em evitar os aspectos negativos da deposição final do lixo, ou seja, proliferação de ratos e moscas, exalação do mau cheiro, contaminação dos lençóis freáticos, surgimento de doenças e o transtorno do visual desolador por um local com toneladas de lixo amontoado.
Entretanto, apesar das vantagens, este método enfrenta limitações por causa do crescimento das cidades, associado ao aumento da quantidade de lixo produzido.
O sistema de aterro sanitário precisa ser associado à coleta seletiva de lixo e à reciclagem, o que permitirá que sua vida útil seja bastante prolongada, além do aspecto altamente positivo de se implantar uma educação ambiental com resultado promissores na comunidade, desenvolvendo coletivamente uma consciência ecológica, cujo resultado é sempre uma maior participação da população na defesa e preservação do meio ambiente.
As áreas destinadas para implantação de aterros têm uma vida útil limitada e novas áreas são cada vez mais difíceis de serem encontradas próximas aos centros urbanos. Aperfeiçoam-se os critérios e requisitos analisados nas aprovações dos Estudos de Impacto Ambiental pelos órgãos de controle do meio ambiente; além do fato de que os gastos com a sua operação se elevam, com o seu distanciamento.
Devido a suas desvantagens, a instalação de Aterros Sanitários deve planejada sempre associada à implantação da coletiva seletiva e de uma indústria de reciclagem, que ganha cada vez mais força.
COMPOSTAGEM
A compostagem é uma forma de tratamento biológico da parcela orgânica do lixo, permitindo uma redução de volume dos resíduos e a transformação destes em composto a ser utilizado na agricultura, como recondicionante do solo. Trata-se de uma técnica importante em razão da composição do lixo urbano do Brasil.
Pode enfrentar dificuldades de comercialização dos compostos em razão do comprometimento dos mesmos por contaminantes, tais como metais pesados existentes no lixo urbano, e possíveis aspectos negativos de cheiro no pátio de cura.
INCINERAÇÃO
Este tratamento é baseado na combustão (queima) do lixo.
É um processo que demanda custos bastante elevados e a necessidade de um super e rigoroso controle da emissão de gases poluentes gerados pela combustão.
O sistema de incineração do lixo vem sendo abandonado, pois além das despesas extraordinárias com a sua implantação e monitoramento da poluição gerada, implica também em relegar para segundo plano a coleta seletiva e a reciclagem, que são processos altamente educativos.
Não fossem essas desvantagens, a incineração seria um tratamento adequado para resíduos sólidos de alta periculosidade, como o lixo hospitalar, permitindo reduzir significativamente o volume do lixo tratado e não necessitar de grandes áreas quando comparada aos aterros sanitários; além da possibilidade do aproveitamento da energia gerada na combustão.
RECICLAGEM, REUTILIZAÇÃOE REDUÇÃO DO LIXO
A corrida desenfreada na produção de bens de consumo pelo ser humano associada à escassez de recursos não-renovaveis e contaminação do meio ambiente, leva-o a ser o maior predador do universo.
Este problema tem despertado no ser humano o pensar mais profundamente sobre a reciclagem e reutilização de produtos que simplesmente seriam considerados inservíveis.
A reciclagem e a reutilização estão sendo vistas como duas importantes alternativas para a redução de quantidade de lixo no futuro, criando com isso bons hábitos de preservação do meio ambiente. O que nos leva à economizar matéria-prima e energia.
Em países desenvolvidos, como o Japão, a reciclagem e reutilização já vem sendo incentivadas e realizadas há vários anos, com resultados positivos.
No Brasil já temos grupos que estão atentos aos problemas mencionados e buscando alternativas para resolvê-los. Indústrias nacionais e subsidiárias estrangeiras já iniciaram programas de substituição de embalagens descartáveis, dando lugar e materiais recicláveis. As prefeituras das cidades de São Paulo e Curitiba já iniciaram programas de coleta seletiva do lixo contando para isto, com o apoio da população que já está sensível a estas questões.
Mesmo que a prefeitura de sua cidade não tenha instituído a coleta de lixo seletiva, separe em 2 recipientes: os recicláveis (papel, jornal, plástico, vidros, ETC.) e os que não são.
OS 3 Rs PARA CONTROLE DO LIXO
Os 3Rs para controle do lixo são REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR. Reduzindo e reutilizando se evitará que maior quantidade de produtos se transformem em lixo. Reciclando se prolonga a utilidade de recursos naturais, além de reduzir o volume de lixo.
EXEMPLOS:
a) Cacos de vidros são usados na fabricação de novos vidros, o que permite a economia de energia.
b) O reaproveitamento do plástico ajuda a poupar petróleo e, portanto, dinheiro.
c) Reciclar Papel, além da economia, significa menos árvores derrubadas.
REDUZIR:
Reduzir o lixo em nossas casas, implica em reduzir o consumo de tudo o que não nos é realmente necessário. Isto significa rejeitar produtos com embalagens plásticas e isopor, preferindo as de papelão que são recicláveis, que não poluem o ambiente e desperdiçam menos energia.
REUTILIZAR:
Reutilizar significa usar um produto de várias maneiras. Como exemplos :
a) reutilizar depósitos de plásticos ou vidro para outros fins, como plantar, fazer brinquedos;
b) reutilizar envelopes, colocando etiquetas adesivas sobre o endereço do remetente e destinatário;
c) aproveitar folhas de papel rasuradas para anotar telefones, lembretes, recados;
d) instituir a Feira de Trocas para reciclar, aproveitando ao máximo os bens de consumo, como: roupas, discos, calçados, móveis.
RECICLAR:
Reciclar é uma maneira de lidar com o lixo de forma a reduzir e reusar. Este processo consiste em fazer coisas novas a partir de coisas usadas. A reciclagem reduz o volume do lixo, o que contribui para diminuir a poluição e a contaminação, bem como na recuperação natural do meio ambiente, assim como economiza os materiais e a energia usada para fabricação de outros produtos.
Três setas compõem o símbolo da Reciclagem, cada uma representa um grupo de pessoas que são indispensáveis para garantir que a reciclagem ocorra. A primeira seta representa os produtores, as empresas que fazem o produto. Eles vendem o produto para o consumidor, que representa a segunda seta. Após o produto ser usado ele pode ser reciclado. A terceira seta representa as companhias de reciclagem que coletam os produtos recicláveis e através do mercado, vendem de volta o material usado para o produtor transformá-lo em novo
produto.
O símbolo de reciclagem é como um grande círculo, sendo o grupo mais poderoso no processo, o Consumidor ou seja, VOCÊ! Há uma grande diferença entre produto RECICLÁVEL e o RECICLADO.
O símbolo de reciclável é impresso em produtos possíveis de serem reciclados
RESÍDUOS SÓLIDOS
O que é
TIPOS DE RESÍDUOS Definem-se resíduos sólidos como o conjunto dos produtos não aproveitados das atividades humanas (domésticas, comerciais, industriais, de serviços de saúde) ou aqueles gerados pela natureza, como folhas, galhos, terra, areia, que são retirados das ruas e logradouros pela operação de varrição e enviados para os locais de destinação ou tratamento. Também podemos definir lixo como: os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Normalmente, apresentam-se sob estado sólido, semi-sólido ou semilíquido (com conteúdo líquido insuficiente para que este líquido possa fluir livremente).
Como classificar o lixo?
São várias as formas possíveis de se classificar o lixo.
por sua natureza física: seco e molhado;
por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica;
pelos riscos potenciais ou meio ambiente:
perigosos, não-inertes (NBR-100004).
Normalmente, os resíduos são definidos segundo sua origem e classificados de acordo com o seu risco em relação ao homem e ao meio ambiente em resíduos urbanos e resíduos especiais.
Os resíduos urbanos, também conhecidos como lixo doméstico, são aqueles gerados nas residências, no comércio ou em outras atividades desenvolvidas nas cidades. Incluem-se neles os resíduos dos logradouros públicos, como ruas e praças, denominado lixo de varrição ou público. Nestes resíduos encontram-se: papel, papelão, vidro, latas, plásticos, trapos, folhas, galhos e terra, restos de alimentos, madeira e todos os outros detritos apresentados à coleta nas portas das casas pelos habitantes das cidades ou lançados nas ruas.
Os resíduos especiais são aqueles gerados em indústrias ou em serviços de saúde, como hospitais, ambulatórios, farmácias, clínicas que, pelo perigo que representam à saúde pública e ao meio ambiente, exigem maiores cuidados no seu acondicionamento, transporte, tratamento e destino final. Também se incluem nesta categoria os materiais radioativos, alimentos ou medicamentos com data vencida ou deteriorados, resíduos de matadouros, inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e dos restos de embalagem de inseticida e herbicida empregados na área rural.
De acordo com a norma NBR-10 004 da ABTN -- Associação Brasileira de Normas Técnicas --, estes resíduos são classificados em:
Classe I - Perigosos: são os que apresentam riscos ao meio ambiente e exigem tratamento e disposição especiais, ou que apresentam riscos à saúde pública. Classe II - Não-Inertes: são basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe III - Inertes: são os resíduos que não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo, são resíduos como restos de construção, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.
Os resíduos compreendidos nas Classes II e III podem ser incinerados ou dispostos em aterros sanitários, desde que preparados para tal fim e que estejam submetidos aos controles e monitoramento ambientais. Os resíduos Classe I - Perigosos, somente podem ser dispostos em aterros construídos especialmente para tais resíduos, ou devem ser queimados em incineradores especiais. Nesta classe, inserem-se os resíduos da área rural, basicamente, as embalagens de pesticidas ou de herbicidas e os resíduos gerados em indústrias químicas e farmacêuticas.
Uma outra classificação dos resíduos pela origem, pode ser também apresentada: o lixo domiciliar, comercial, de varrição e feiras livres, serviços de saúde e hospitalares; portos, aeroportos e terminais ferro e rodoviários, industriais, agrícolas e entulhos. A descrição destes tipos é apresentada na sequência e a responsabilidade pelo seu gerenciamento é apresentada na Tabela a seguir.
Domiciliar
Aquele originado da vida diária das residências, constituído por setores de alimentos (tais como, cascas de frutas, verduras etc.), produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos.
Comercial
Aquele originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como, supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes etc. O lixo destes estabelecimentos e serviços tem um forte componente de papel, plásticos, embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários, tais como, papel toalha, papel higiênico etc.
Público
São aqueles originados dos serviços:
· de limpeza pública urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores etc.;
· de limpeza de áreas de feiras livres, constituídos por restos vegetais diversos, embalagens etc.
Serviços de saúde e hospitalar
Constituem os resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos.São produzidos em serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde etc. São agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados em testes, sangue coagulado, luvas descartáveis, remédios com prazos de validade vencidos, instrumentos de resina sintética, filmes fotográficos de raios X etc.
Resíduos assépticos destes locais, constituídos por papéis, restos da preparação de alimentos, resíduos de limpezas gerais (pós, cinzas etc.), e outros materiais que não entram em contato direto com pacientes ou com os resíduos sépticos anteriormente descritos, são considerados como domiciliares.
Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários
Constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio pessoal e restos de alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e países. Também neste caso, os resíduos assépticos destes locais são considerados como domiciliares.
Industrial
Aquele originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como, metalúrgica, química, petroquímica, papelaria, alimentícia etc. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros e cerâmicas etc. Nesta categoria, inclui-se a grande maioria do lixo considerado tóxico.
Agrícola
Resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita etc. Em várias regiões do mundo, estes resíduos já constituem uma preocupação crescente, destacando-se as enormes quantidades de esterco animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva. Também as embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, têm sido alvo de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação final e, por vezes, co-responsabilizando a própria indústria fabricante destes produtos.
Entulho
Resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações etc. O entulho é, geralmente, um material inerte, passível de reaproveitamento.
De quem é a responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de lixo?
TIPOS DE LIXO RESPONSÁVEL
Domiciliar Prefeitura
Comercial Prefeitura *
Público Prefeitura
Serviços de saúde Gerador (hospitais etc.)
Industrial Gerador (indústrias)
Portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários Gerador (portos etc.)
Agrícola Gerador (agricultor)
Entulho Gerador *
Obs.: (*) a Prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 kg ou 100 lts), e de acordo com a legislação municipal específica da lei 13.478/02.
ÍNDICE
Resumo
1. Geração de resíduos e metabolismo
2. Resíduo: lixo ou matéria-prima
3. Referências
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Resumo
Este artigo conceitua a questão dos resíduos sólidos no contexto do atual estágio da produção e do consumo em massa de bens. Corresponde ao segundo capítulo do trabalho de conclusão em Geografia apresentado em Dagnino (2004). A reflexão sobre as trajetórias da relação natureza-sociedade, é o princípio que orienta este trabalho, embora esta análise não seja longamente aprofundada aqui. No primeiro item, trataremos o resíduo como o produto de diversos tipos de metabolismo – biológico, social e urbano - e depois, no segundo, veremos como se dá a valorização do resíduo enquanto matéria prima.
Primeiramente abordaremos a forma como a geração de resíduos sólidos vem preocupando a humanidade, e o que é considerado material reciclável dentro dos resíduos gerados. Para tanto, partimos da idéia de que o desenvolvimento da humanidade, desde o tempo das primeiras comunidades isoladas, tem implicado a diversificação das suas necessidades. Desde lá, a transformação da natureza, expressada na apropriação-acumulação-reprodução dos recursos naturais, é a conseqüência e, ao mesmo tempo, a causa da diversificação das necessidades e das relações ambientais desequilibradas.
Palavras-chave: Resíduos Sólidos, lixo, metabolismo urbano, reciclagem-reutilização-reúso, materiais recicláveis, matéria-prima.
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1. Geração de resíduos e metabolismo
A geração de resíduos pode ser tratada sob dois aspectos. Primeiro como um importante produto final do metabolismo humano, em função de sua natureza biológica, movida por necessidades primárias como a alimentação. Em segundo lugar, pelo metabolismo social e urbano que caracteriza o homem como ser social e econômico. Segundo Bérrios (1999), um ser impulsionado por motivações culturais, como no seu limite, o consumismo.
O metabolismo social, repleto de significados subjetivos, pode valorizar ainda mais o conceito de material reciclável que procuramos. Nos dias de hoje, as necessidades primárias - motor do metabolismo biológico - estão cada vez mais subordinadas às necessidades secundárias, como um elemento contido no metabolismo social.
A atual forma de organização das sociedades em grandes aglomerações não se diferencia muito da realidade observada nos países visitados por Lacoste (1985). Essa forma de organização faz aflorar necessidades que estão diretamente ligadas à vida urbana e que raramente são satisfeitas, tais como a necessidade de saneamento e de habitat adaptado à vida urbana. Pelo fato de essas necessidades objetivas resultarem da acumulação de população sobre espaços restritos e/ou disputados, somam-se necessidades secundárias que resultam, em última análise, das modernizações.
Por isso, optamos por utilizar o termo metabolismo urbano, esboçado por Wolman (1972), como o termo que sintetiza as relações entre oferta de espaço e serviços e demanda de necessidades e bem-estar.
Ademais, preferimos utilizar esse termo sintético por entender a sociedade como um organismo; um organismo que se apropria de ambientes. Concordando com Ab’Saber (1995), é no metabolismo urbano onde se processam o dia-a-dia dos homens em suas funções biológicas, assim como as multivariadas funções de trabalho, circulação, consumo e, também, as práticas sociais e culturais.
De qualquer forma, ambos os tipos de metabolismo geram um produto final, um excremento ou uma matéria residual proveniente de diversos processos de apropriação e reprodução da natureza. No caso do metabolismo urbano, o que temos é uma dinamização desta lógica e um produto final rico em materiais potencialmente reutilizáveis em outros processos.
É importante frisar que essa relação natureza-sociedade sofre importantes modificações ao longo do tempo. Segundo Eiseley (1969), as informações que um depósito de lixo pré-histórico apresenta ao arqueólogo, e que podem em muito ser comparadas às análises estratigráficas dos paleontólogos, são exemplo disso. Assim, algumas análises dos resíduos gerados permitem remontar ao tipo de organização de uma sociedade, quais eram os seus conhecimentos tecnológicos e qual a disponibilidade dos recursos naturais, entre outras características.
De modo geral, uma análise do passado aponta que as primeiras comunidades humanas eram bastante pequenas: grupos nômades que coletavam diretamente os alimentos e ferramentas, em função das suas necessidades básicas, de um lado, e da disponibilidade e da proximidade espacial em relação aos recursos, de outro. Essas comunidades geravam resíduos. No entanto, parecia haver um equilíbrio entre a disposição de rejeitos e a capacidade de sua absorção e transmutação pelo ambiente. Sobre este período, entendemos que o metabolismo estava em harmonia com a capacidade da natureza. Nas palavras de Alves (1999: 9): “o lixo estava integrado à vida”.
Com o passar do tempo, através da crescente manipulação tecnológica da natureza e das relações desequilibradas dos homens organizados em sociedade, as formas de utilização dos recursos têm impulsionado o crescimento dos impactos ambientais negativos.
Muitos se referiam às divisões de tempo passado como Era da pedra lascada, Era da pedra polida e Era dos metais e assim sucessivamente. Para os dias de hoje alguns autores, entre eles Mari (2000), propõem a denominação de “era do descartável” ou “era do plástico”, dado que a característica dos tempos atuais é a problemática que se estabelece quando novos e “fantásticos” materiais produzidos pela ciência e pela indústria invadem o nosso cotidiano. Outros autores, como Liebmann (1976), mais radicais ante o processo tecnológico, têm chamado este período de “era do lixo”.
A produção em massa de bens é, ao mesmo tempo, causa e conseqüência do consumo em massa, e esta relação engendrou modificações na maneira de se pensar os objetos. Diariamente são criados tantos tipos de necessidades quanto aquelas que a indústria resolve determinar, caracterizando o que a Associação dos Ex-Bolsistas da Alemanha (1989) considerou de um aprimoramento da “engenharia de obsolescência”. Uma engenharia que alcança seus objetivos ao propor-se ao que o filósofo Ortega y Gasset (1961 apud WATSON, 1997) chamou de “produção do supérfluo”.
Através da criatividade e da propaganda, consegue-se fazer crer à população que os bens que as empresas desejam produzir sejam imprescindíveis à sua existência. Segundo Galeano (1994), a criação de novas necessidades de consumo, de lazer, entre outras, vem acompanhada de datas específicas para a renovação deste ritual, e a valorização crescente da propriedade, em detrimento do ser e sentir humanos, tem alimentado um pensamento de que “consumindo mais, teremos nossa vida enriquecida”.
Pelo fato de vivermos hoje em um mundo desigual, o resíduo entendido como resultado do metabolismo urbano expõe as diferenças de acesso aos bens de consumo como marcas da desigualdade socioeconômica. O que ocorre, segundo Lacoste (1985) é que nem todos podem consumir igualmente e, mesmo se conseguissem, nosso planeta não suportaria. Devido a restrições ambientais cada vez mais fortes, os padrões atuais de consumo dos países desenvolvidos não poderão ser estendidos ao conjunto da humanidade nos países subdesenvolvidos.
Alguns setores da sociedade dos países desenvolvidos estão convencidos disto e já aceitaram que o desenvolvimento a qualquer custo, nos padrões que conhecemos, está com os dias contados. Uma alteração nos modos de vida parece estar em andamento. Neste sentido é que ganha força a idéia de Montibeller (2000) de considerar o “desenvolvimento sustentável” como sendo o desenvolvimento de um novo modo de vida e ou de produção baseado em cinco sustentabilidades básicas: a social, a econômica, a cultural, a espacial e a ambiental.
No tema que tratamos aqui o desenvolvimento sustentável da reciclagem deve ser entendido como um arranjo, nos padrões pensados por Herrera et al. (1976), entre a produção industrial baseada em tecnologias alternativas – que alguns, atualmente, denominam tecnologias limpas -, a utilização e a reutilização de insumos e matéria-prima e, a gestação de uma ciência e tecnologia apropriada para o desenvolvimento da igualdade entre os homens.
É neste contexto que vem ganhando força a iniciativa de buscar incorporar os trabalhadores catadores, mediante a elaboração de políticas públicas, na atividade de reciclagem, em direção a um desenvolvimento sustentável. Para que isso seja possível num futuro próximo, entendemos que deve haver uma caracterização do que é o resíduo inservível e o que pode ser reutilizado como matéria-prima em outros processos.
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2. Resíduo: lixo ou matéria-prima
A economia pode ser definida, de modo bem simples, como o estudo da produção e da distribuição das riquezas. Entretanto essa riqueza é o produto da combinação de dois fatores interligados: (1) a inteligência e o trabalho humanos e (2) sua capacidade de exploração das matérias proporcionadas pelo ambiente. Segundo Herrera (1977), ao serem utilizadas no processo de produção essas matérias proporcionadas pelo ambiente podem ser definidas como “recursos naturais”.
Assim, os recursos naturais podem ser entendidos como “aquelas partes da natureza que podem ser aproveitadas num momento dado. É, portanto, um conceito dinâmico, pois são o trabalho e a inteligência humanos que fazem com que a matéria passe à condição de recurso” (BENJAMIM, 1990: 10; apud SILVEIRA, 2000).
Neste sentido, o estudo dos resíduos oferece um rico suporte para a análise das implicações geradas historicamente através da natureza. Se “nada se perde e tudo se transforma”, temos um sistema relativamente fechado onde o resíduo é o resultado da transformação da natureza.
Preferimos usar a palavra resíduos ao invés de lixo pois a palavra lixo vem constantemente carregada de significados ligados ao que não serve mais e, como sabemos, este não servir é carregado de relatividade e dinamismo. Segundo Bérrios (2003), lixo pode ser considerado o produto na saída de um sistema (output), ou seja, aquilo que foi rejeitado no processo de fabricação, ou que não pode mais ser reutilizado em função das tecnologias disponíveis. Assim, na língua portuguesa, o termo resíduo sólido tem substituído a palavra lixo numa tentativa de desmistificar o produto do metabolismo social e urbano.
De uma forma geral, a gestão de resíduos está referida a dois tipos de atitude: (1) aplicação de tecnologias na remediação e tratamento de resíduos pós-consumo e (2) adoção de medidas preventivas para a conservação de recursos e regulação da produção de bens (BÉRRIOS, 2003).
Alguns países desenvolvidos já têm a segunda atitude como plano de gestão obrigatório. Entretanto, para a maioria dos países, é a primeira alternativa que tem motivado o desenvolvimento da reciclagem.
Tecnicamente, a reciclagem pode ser definida como uma forma de tratamento dos resíduos que contribui para a minimização dos impactos causados pela sua disposição final no ambiente. Por este método, diversos materiais que seriam enterrados retornam ao ciclo de vida como matéria-prima de outro produto. De acordo com Ogata (1999), entre os principais benefícios desta atitude estão: (1) a diminuição de áreas reservadas ao destino final, aterros e lixões; (2) a redução da exaustão dos recursos não renováveis; (3) economia de energia e água ao poupar matéria-prima virgem.
Por outro lado, a reutilização e a reciclagem são conceitos carregados de significados subjetivos, muitas vezes calcados em crenças e tabus relacionados aos conceitos de higiene, de morte e de degradação moral. Isto fica evidenciado nas obras críticas do artista alemão Hundertwasser através do seu entendimento da relação natureza-sociedade a partir das cinco peles – epiderme, roupas, casa, identidade, Terra – e do “Manifesto da Santa Merda” que chama a atenção para o tabu do excremento (RESTANY, 1999).
Esses significados subjetivos que envolvem a reciclagem mexem com questões bastante profundas como, por exemplo, nossos sentimentos religiosos. Eigenheer (1989) coloca esta questão sob o ponto de vista das religiões mais antigas como o budismo e taoísmo: a morte (fonte da vida) deverá ser vencida pela “transformação” para a conquista de uma “nova vida”, assim o próprio resíduo - “vida em abundância” querendo “renascer” - é reintroduzido, através da reciclagem, no “ciclo” da natureza, superando assim a “morte”. No mesmo sentido, mas a partir de outra matriz religiosa, se partimos do princípio de que a reciclagem dá aos descartes uma vida eterna, então, segundo Calderoni (1999), a reciclagem implica em “ressuscitar” materiais, permitir que outra vez sejam aproveitados.
Contudo não são estes os motivos que atraem as indústrias a desenvolverem a reciclagem. A preocupação das indústrias está na recuperação das propriedades físicas e químicas dos materiais; além de reincorporar ou economizar de alguma forma a energia despendida na produção. Por outro lado, além da reprodução ampliada do capital empregado na produção, o interesse maior recai sobre a revalorização do trabalho que foi socialmente utilizado em sua produção e que nele continua incorporado. Mais do que recuperar o valor de uso dos materiais, o que interessa nos processos de reciclagem é resgatar o seu valor de troca.
Numa tentativa de relativizar estes conceitos de eterno retorno que abrangem a vida e a morte dos materiais e a reciclagem enquanto superação da matéria e transmutação do valor de uso em valor de troca dos materiais, cabe citar um trecho de Karl Marx da obra “O Capital”, que é seguidamente lembrado por outros autores como Leal et al. (2002). No capítulo 7 do volume I, intitulado “Processo de trabalho e produção de mais-valia”, Marx (1986: 148) escreve que:
“O ferro enferruja, a madeira apodrece. O fio que não se emprega, na produção de tecido ou de malha, é algodão que se perde. O trabalho vivo tem de apoderar-se dessas coisas, de arrancá-las de sua inércia, de transformá-las de valores-de-uso possíveis em valores-de-uso reais e efetivos. O trabalho, com sua chama, delas se apropria como se fossem partes do seu organismo, e de acordo com a finalidade que o move lhes empresta vida para cumprirem suas funções; elas são consumidas, mas com um propósito que as torna elementos constitutivos de novos valores de uso, de novos produtos que podem servir ao consumo individual como meios de subsistência ou a novo processo de trabalho como meios de produção.”
Assim sendo, podemos dizer que, de uma forma geral, resíduos são porções de materiais sem significado econômico aparente em função de sua quantidade ou qualidade, sobras de processamentos industriais, domésticos ou comunitários a serem descartados, ou, ainda, qualquer coisa de que se deseje desfazer-se o mais rápido possível.
Finalizando, e para retornar à questão da determinação histórico-social do conceito de resíduo, é interessante notar que, segundo Silveira (2000), não basta verificar apenas quanto e o que tem sido produzido ao longo dos tempos. Segundo a autora é necessário compreender quais são as relações subjetivas que engendram as formas de produção, bem como as diferentes maneiras de destinação dos resíduos, sejam elas lineares - disposição final em lixões ou aterros - ou cíclicas - reciclagem, reutilização ou compostagem.
Deixamos para outra oportunidade destacar que o conceito de resíduo sólido utilizado está referido aos objetivos de inclusão social dos catadores de materiais recicláveis. Isso é resultado do ponto de vista adotado que privilegia o interesse e a afirmação destes agentes sociais
Resíduos
Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólido, gasoso e líquido.
Ficam incluídos nesta definição tudo o que resta dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou aqueles líquidos que exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis de acordo com a melhor tecnologia disponível.
Classificação, Origem e Características
Classificação do lixo
Quanto às características físicas:
· Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.
· Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc...
Quanto à composição química:
· Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim.
· Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc.
Quanto à origem:
· Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros ítens. Pode conter alguns resíduos tóxicos.
· Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.
· Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, etc.
· Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário.
· Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países.
· Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc.
O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento.
· Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicos adequados.
· Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial.
· Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento.
Características físicas do lixo
· Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total do lixo.
· Peso específico: é o peso dos resíduos em função do volume por eles ocupado, expresso em kg/m³. Sua determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações.
· Teor de umidade: esta característica tem influência decisiva, principalmente nos processos de tratamento e destinação do lixo. Varia muito em função das estações do ano e da incidência de chuvas.
· Compressividade: também conhecida como grau de compactação, indica a redução de volume que uma massa de lixo pode sofrer, quando submetida a uma pressão determinada. A compressividade do lixo situa-se entre 1:3 e 1:4 para uma pressão equivalente a 4 kg/cm2. Tais valores são utilizados para dimensionamento de equipamentos compactadores.
· Chorume: substância líquida decorrente da decomposição de material orgânico.
Resíduos Sólidos
Resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais. Os resíduos sólidos constituem problemas sanitário, ambiental, econômico e estético.
Os Resíduos sólidos podem ser divididos em grupos, como:
1. Lixo Doméstico: é aquele produzido nos domicílios residenciais. Compreende papel, jornais velhos, embalagens de plástico e papelão, vidros, latas e resíduos orgânicos, como restos de alimentos, trapos, folhas de plantas ornamentais e outros.
2. Lixo Comercial e Industrial: é aquele produzido em estabelecimentos comerciais e industriais, variando de acordo com a natureza da atividade.
· Restaurantes e hotéis produzem, principalmente, restos de comida, enquanto supermercados e lojas produzem embalagens.
· Os escritórios produzem, sobretudo, grandes quantidades de papel.
· O lixo das indústrias apresenta uma fração que é praticamente comum aos demais: o lixo dos escritórios e os resíduos de limpeza de pátios e jardins; a parte principal, no entanto, compreende aparas de fabricação, rejeitos, resíduos de processamentos e outros que variam para cada tipo de indústria. Há os resíduos industriais especiais, como explosivos, inflamáveis e outros que são tóxicos e perigosos à saúde, mas estes constituem uma categoria à parte.
3. Lixo Público: são os resíduos de varrição, capina, raspagem, entre outros, provenientes dos logradouros públicos (ruas e praças), bem como móveis velhos, galhos grandes, aparelhos de cerâmica, entulhos de obras e outros materiais inúteis, deixados pela população, indevidamente, nas ruas ou retirados das residências através de serviço de remoção especial.
4. Lixo de Fontes Especiais: é aquele que, em função de determinadas características peculiares que apresenta, passa a merecer cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final, como é o caso de alguns resíduos industriais antes mencionados, do lixo hospitalar e do radioativo.
Com o crescimento acelerado das metrópoles, do consumo de produtos industrializados, e mais recentemente com o surgimento de produtos descartáveis, o aumento excessivo do lixo tornou-se um dos maiores problemas da sociedade moderna. Isso é agravado pela escassez de áreas para o destino final do lixo.
A sujeira despejada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas, do ar e agravou as condições de saúde da população mundial. O volume de lixo tem crescido assustadoramente. E umas das soluções imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume e o consumo de produtos descartáveis, reutilizá-los e reciclá-los.
Felizmente, para a Natureza e para o homem, os resíduos podem ser, em geral, reciclados e parcialmente utilizados, o que traz grandes benefícios à comunidade, como a proteção da saúde pública e a economia de divisas e de recursos naturais.
O aterro sanitário é um processo de eliminação de resíduos sólidos bastante utilizado. Consiste na deposição controlada de resíduos sólidos no solo e sua posterior cobertura diária.
Uma vez depositados, os resíduos sólidos se degradam naturalmente por via biológica até à mineralização da matéria biodegradável, em condições fundamentalmente anaeróbias.
O aterro sanitário é uma obra de engenharia que deve ser orientada por quatro objetivos:
· diminuição dos riscos de poluição provocados por cheiros, fogos, insetos
· utilização futura do terreno disponível, através de uma boa compactação e cobertura
· minimização dos problemas de poluição da água, provocados por lixiviação
· controle da emissão de gases (liberados durante os processos de degradação)
Esse processo tem as seguintes vantagens e desvantagens:
Vantagens Desvantagens
Processo de baixo custo Longa imobilização do terreno
Recuperação de áreas degradadas Necessidade de grandes áreas
Flexibilidade de operação Necessidade de material de cobertura
Não requer pessoal altamente especializado Dependência das condições climáticas
Um aterro sanitário é um reator biológico em evolução, que produz:
· resíduos gasosos: CO2, metano, vapor d´água, O2, N2, ácido sulfúrico e sulfuretos
· resíduos sólidos: resíduos mineralizados
· resíduos líquidos: águas lexiviadas.
Resíduos Gasosos
Os resíduos gasosos resultam das reações de fermentação aeróbia (desenvolvidos na superfície) e anaeróbia (nas camadas mais profundas); a fermentação anaeróbia dá origem a CO2e a CH4(metano), o qual pode ser aproveitado para a produção de biogás.
Resíduos Líquidos
Os resíduos líquidos, também chamados lexiviados, variam de local para local e dependem de:
· teor em água dos resíduos
· isolamento dos sistemas de drenagem
· clima (temperatura, pluviosidade, evaporação)
· permeabilidade do substrato geológico
· grau de compactaçãodos resíduos
· idade dos resíduos
Os lexiviados tem elevada concentração de matéria orgânica, de azoto e de materiais tóxicos, pelo que deve ser feita a sua recolha e tratamento, de modo a impedir a sua infiltração no solo.
Devido a grande distância que normalmente os aterros sanitários se encontram, tornam muitas vezes inviável o acesso a esse tipo de destino final. A prática mais generalizada é o enterramento de resíduos em terrenos adjacentes, muitas vezes sem preparação, em solos inadequados e perto de espécies faunísticas e florística de elevada fragilidade, o que dá origem a focos de poluição e de contaminação localizados.
Uma forma de minimizar esses efeitos é a seleção cuidadosa do local (tipo de solo, coberto vegetal, regime hidrológico), sua impermeabilização e seu recobrimento sistemático com terra.
A incineração é um processo de combustão controlada (em instalação própria), que permite a redução em volume e em peso dos resíduos sólidos, em cerca de 90 a 60%. Os resíduos são transformados em, gases, calor e materiais inertes (cinza e escórias de metal).
Os grandes incovenientes desse sistema são a:
· poluição do solo por cinzas e escórias
· a poluição da água pelas águas de arrefecimento das escórias e de lavagem de fumos e pelas escorrências de solos contaminados
· poluição do ar por cinzas voláteis e dioxinas; estas últimas têm um elevado teor tóxico e são agentes de doenças, nomeadamente hiperpigmentação da pele, danos no fígado, alterações enzimáticas, alterações no metabolismo dos lipídios, nos sistemas endócrinos e imunológico e feitos cancerígenos. .
O reaproveitamento consiste na utilização dos resíduos para subsidiar outras atividades
· alimentação de animais domésticos (restos de alimentos)
· produção de fertilizantes - compostagem (resíduos sólidos orgânicos)
Resíduos Tóxicos
São considerados resíduos tóxicos as pilhas não-alcalinas, baterias, tintas e solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, embalagens de agrotóxicos e produtos químicos, as substâncias não biodegradáveis estão presentes nos plásticos, produtos de limpeza, em pesticidas e produtos eletroeletrônicos, e na radioatividade desprendida pelo urânio e outros metais atômicos, como o césio, utilizados em usinas, armas nucleares e equipamentos médicos. O cádmio, níquel, mercúrio e chumbo são os principais contaminantes. A separação adequada desses materiais é muito importante para evitar a contaminação do solo e dos lençóis freáticos. As pessoas devem tomar alguns cuidados básicos para embalar este tipo de resíduo: acondicionar em sacos plásticos bem fechados, guardá-los em local arejado e protegido do sol, das crianças e dos animais. Os materiais que podem ser reciclados são encaminhados a Centrais de Tratamento específicas. Os medicamentos vencidos, restos de tinta e verniz, e embalagens de inseticidas, que ainda não podem ser reciclados, ficam armazenados no aterro industrial em condições adequadas, para evitar a contaminação do meio ambiente. Esses resíduos são tratados por meio de encapsulamento.
Os principais contaminantes que conferem periculosidade aos resíduos são os seguintes:
Organo-halogenados
A combinação de fenômenos de evaporação e adsorção no seio do aterro previne de forma substancial o deslocamento dos compostos organo-halogenados para as águas subterrâneas. Na presença de óleos no lixo, os solventes halogenados tendem a ser associados a esta fase.
Cianetos
Foram identificados vários mecanismos de decomposição e eliminação. Por exemplo, a conversão para ácido cianídrico volátil, a formação de cianetos complexos, hidrólise de formiato de amônia, formação de tiocianatos e biodegradação poderão ocorrer. Um pré-tratamento de resíduos com cianetos é fortemente recomendado.
Metais pesados
Resíduos galvânicos foram co-dispostos em aterros e exumados sem modificações após 2 a 3 anos. O cromo, quando presente em forma solúvel, hexavalente, cromato ou dicromato, pode também representar um risco ambiental. Normalmente, em aterros, estes compostos são reduzidos, na presença de matéria orgânica, para a forma trivalente de maneira a precipitar como hidróxido em pH neutro, comumente existente nos aterros. O mercúrio poderá ser originário de baterias, tubos fluorescentes, entulhos. Há evidências de que o Mercúrio é mobilizado como sulfato sob as condições anaeróbicas reinantes no aterro. Havendo frações argilosas presentes, o mercúrio poderá ser firmemente ligado por adsorção ou por troca iônica.
Ácidos
Deveria ser prática normal a neutralização de resíduos ácidos, antes da sua disposição em trincheiras ou lagoas rasas, no aterro. Será essencial que a capacidade de neutralização inerente ao lixo doméstico não seja excedida. Caso contrário, os metais pesados serão ressolubilizados e a atividade microbiana será inibida. Foi determinado que 1kg de lixo fresco poderá neutralizar 22g de ácido sulfúrico e 1kg de lixo decomposto será preciso para neutralizar 33g desse mesmo ácido.
Óleos
A adsorção em componentes do lixo é um mecanismo de atenuação importante. Estudos demonstraram que não acontecia drenagem livre quando a concentração do óleo não superava os 5% em peso.
PCB's (Policloreto de bifenila)
Estas substâncias foram encontradas em aterros industriais, provenientes de capacitores, resíduos de destilação e tortas de filtro. Em face de sua baixa solubilidade e degradabilidade, admite-se que elas sejam retidas nos aterros. Não há evidência de que a presença de outras substâncias orgânicas afete a mobilidade dos PCB's, porém, a presença de solventes deveria ter efeitos significativos. Alguns ensaios mostraram a presença de PCB's no chorume em concentrações entre 0,01 e 0,05 mg/l.
Fenóis
Pode-se constituir em problema grave, uma vez que o limite da WHO - World Health Organization para fenol é de 0,022 mg/l; e muitos resíduos industriais contém este produto em proporção superior a estes valores.
Solventes
Durante a deposição em aterro, os solventes poderão perder-se por evaporação para a atmosfera ou podem ser absorvidos pelo lixo, onde poderão ser submetidos à biodegradação. Testes de laboratório mostram a grande dificuldade de se prognosticar a extensão de cada um destes processos.
Resíduos Hospitalares
Introdução
Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente denominado "lixo hospitalarou resíduo séptico", sempre constituiu-se um problema bastante sério para os Administradores Hospitalares, devido principalmente a falta de informações a seu respeito, gerando mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e principalmente a comunidade vizinha as edificações hospitalares e aos aterros sanitários. A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos, inerente a diversidade de atividades que desenvolvem-se dentro destas empresas.
O desconhecimento e a falta de informações sobre o assunto faz com que, em muitos casos, os resíduos, ou sejam ignorados, ou recebam um tratamento com excesso de cuidado, onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições hospitalares. Não raro lhe são atribuídas a culpa por casos de infecção hospitalar e outros tantos males.
Contaminação
O maior problema é o chamado “lixo infectante - classe A”, que representa um grande risco de contaminação, além de poluir o meio ambiente. A maior parte dos estabelecimentos não faz a separação deste material, que acaba indo para os aterros junto com o lixo normal ou para a fossa.
Outro problema é o chamado “lixo perigoso - clase B”, cuja destinação final, atualmente, fica sob responsabilidade dos hospitais.
O material recolhido nos hospitais, acondicionado segundo normas que variam em função do grau de periculosidade dos produtos, geralmente é levado a um aterro próprio.
Já o "lixo classe C" dos hospitais – também devidamente separado - fica sujeito ao mesmo sistema de recolhimento do restante da cidade, indo parte para reciclagem e parte para a coleta normal, que inclui apenas o material orgânico destinado ao aterro sanitário.
Separação do Lixo
O treinamento para a separação desse tipo de resíduo é uma exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e oferecerá subsídios para que os hospitais e clínicas elaborem planos de gerenciamento de resíduos do serviço de saúde. O objetivo é adequar a estrutura das unidades para o tratamento correto dos resíduos.
Segundo as normas sanitárias, o lixo hospitalar deve ser rigorosamente seperado e cada classe deve ter um tipo de coleta e destinação. De acordo com as normas, devem ser separadas conforme um sistema de classificação que inclui os resíduos infectantes - lixo classe A, como restos de material de laboratório, seringas, agulhas, hemoderivados, entre outros, perigosos - classe B, que são os produtos quimioterápicos, radioativos e medicamentos com validade vencida - e o lixo classe C, o mesmo produzido nas residências, que pode ser subdividido em material orgânico e reciclável.
O treinamento visa adequar os estabelecimentos às novas normas de tratamento do lixo hospitalar, estabelecidas na Lei Federal nº 237, de dezembro do ano passado. Os hospitais têm prazo para apresentar um plano de gerenciamento dos resíduos e, com isso, obter um licenciamento ambiental e adaptar-se às exigências legais. Caso não consigam o licenciamento, ficam sujeitos à aplicação de multas diárias de R$ 140,00 pelo sistema de vigilância sanitária.
Lixos Infectantes
Resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes biológicos):
- Sangue hemoderivados
- Excreções, secreções e líquidos orgânicos
- Meios de cultura
- Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas
- Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas
- Resíduos advindos de área de isolamento
- Resíduos alimentares de área de isolamento
- Resíduos de laboratório de análises clínicas
- Resíduos de unidade de atendimento ambiental
- Resíduos de sanitário de unidades de internação
- Objetos perfurocortantes provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus resíduos.
Processos de Destino
*Incineração:a incineração do lixo hospitalar é um típico exemplo de excesso de cuidados, trata-se da queima o lixo infectante transformando-o em cinzas, uma atitude politicamente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como dioxinas e metais pesados.
*Auto-Clave: esteriliza o lixo infectante, mas por ser muito caro não é muito utilizado. Como alternativa, o lixo infectante pode ser colocado em valas assépticas, mas o espaço para todo o lixo produzido ainda é um problema em muitas cidades.
A maioria dos hospitais tomam pouco ou quase nenhuma providência com relação às toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos limitam-se ou a encaminhar a totalidade de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais, quando estes existem, ou lançam diretamente em lixões ou simplesmente queimam os resíduos.
Torna-se importante destacar os muitos casos de acidentes com funcionários, envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais denominados perfuro-cortantes. O desconhecimento faz com que o chamado "lixo hospitalar", cresça e amedronte os colaboradores e clientes das instituições de saúde.
Lixos Não-Infectantes
- Especiais
Radioativos: compostos por materiais diversos, expostos à radiação; resíduos farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados; e resíduos químicos perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).
- Comuns
Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, resto de preparo de alimentos, estes não poderão ser encaminhados para alimentação de animais.
Algumas Soluções
Os constantes problemas, o desconhecimento, o medo, mas principalmente o desejo de que o assunto fosse tratado de uma forma técnica, profissional, levou-se a desenvolver um projeto que resolvesse definitivamente o problema.
Objetivos do projeto:
- Elevar a qualidade da atenção dispensada ao assunto "resíduos sólidos dos serviços de saúde";
- Permitir o conhecimento das fontes geradoras dos resíduos. A atividade hospitalar gera uma grande variedade de tipos de resíduos distribuídos em dezenas de setores com atividades diversas;
- Estimular a decisão por métodos de coleta, embalagem, transporte e destino adequados;
- Reduzir ou se possível eliminar os riscos a saúde dos funcionários, clientes e comunidade;
- Eliminar o manuseio para fins de seleção dos resíduos, fora da fonte geradora;
- Permitir o reprocessamento de resíduos cujas matérias primas possam ser reutilizadas sem riscos à saúde de pacientes e funcionários;
- Reduzir o volume de resíduos para incineração e coleta especial;
- Colaborar para reduzir a poluição ambiental, gerando , incinerando e encaminhando aos órgão públicos a menor quantidade possível de resíduos.
-Resíduos sólidos do grupo A deverão ser acondicionados em sacos plásticos grossos, brancos leitosos e resistentes com simbologia de substância infectante. Devem ser esterilizados ou incinerados.
-Os restos alimentares in natura não poderão ser encaminhados para a alimentação de animais.
Classes dos Resíduos
Classe 1 - Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Classe 2 - Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe 3 - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.
Origem Possíveis Classes Responsável
Domiciliar 2 Prefeitura
Comercial 2, 3 Prefeitura
Industrial 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Público 2, 3 Prefeitura
Serviços de saúde 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Portos, aeroportos e terminais ferroviários 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Agrícola 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Entulho 3 Gerador do resíduo
19 de jun. de 2008
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